CAMPINAS - O Conselho de Infraestrutura e Logística, criado no fim do ano passado pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo regional Campinas, pretende promover ainda neste primeiro semestre uma série de eventos para discutir a infraestrutura logística da Região Metropolitana de Campinas (RMC) como a expansão do aeroporto de Viracopos e a implantação do Trem de Alta Velocidade (TAV) na região de Campinas. Outra questão que será foco de debates são os pedágios nas rodovias da RMC.
O conselho de infraestrutura e logística do Ciesp Campinas foi criado com o objetivo de orientar a entidade e prestar serviço para a comunidade na área de estudos de infraestrutura, convidando professores universitários que desenvolvam trabalhos nas áreas de infraestrutura, urbanismo, logística e saneamento básico para uma atuação efetiva e representativa na região de Campinas.
No fim do mês de março, o governo federal veio a público anunciar o Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC-2). O programa prevê que dos R$ 109 bilhões a serem investidos a partir de 2011 no setor de transportes, quase a metade (R$ 50,4 bilhões) se destina às rodovias.
O programa prevê ainda a realização de estudos de viabilidade para criar novos trechos para trens de alta velocidade. A meta do programa nessa área é consolidar e ampliar a rede logística e interligar os modais - rodovias, hidrovias e ferrovias.
O Programa de Aceleração do Crescimento 2 pretende expandir em 7.919 quilômetros as rodovias, e fazer manutenção em 55 mil quilômetros. Novos projetos estarão direcionados a 12.636 quilômetros.
As ferrovias ficaram em segundo lugar, com previsão de R$ 46 bilhões, também a partir de 2014. Também está prevista expansão de 4.696 quilômetros da malha ferroviária. Parte dos valores destinados às ferrovias está prevista para a realização de estudos de viabilidade para 1.991 quilômetros de linhas de trens de alta velocidade nos trechos São Paulo-Campinas, Campinas-Curitiba, e Campinas-Belo Horizonte.
O diretor titular do Ciesp Campinas, Natal Martins, criticou as ações do governo federal no que tange a infraestrutura. Segundo ele, a ampliação do aeroporto Internacional de Viracopos precisa se consolidar e sair do papel.
Na avaliação de Natal Martins, o trem de alta velocidade é fundamental, mas discutir a ampliação do TAV para Belo Horizonte e para Curitiba através de Campinas passa a ser questionável, uma vez que nem sequer se concluiu a primeira etapa do traçado original ligando São Paulo-Campinas e Rio de Janeiro.
" No País parece que existe um tempo político que as coisas não caminham, não sei se por questão de licenciamentos ambientais, mas me parece que as coisas demoram muito para acontecer. Vamos estar discutindo tudo isso, principalmente a ampliação do aeroporto de Viracopos. A questão dos pedágios nas rodovias da região também é uma discussão importante. Com relação aos pedágios tem uma corrente que diz que é preciso, pois se tem pedágio se tem qualidade das rodovias, mas precisamos discuti-los. Eu acho que o Ciesp Campinas é um fórum importante para tratarmos desses assuntos com bastante seriedade", comentou Natal Martins.
Problema
O presidente do Conselho de Infraestrutura e Logística do Ciesp Campinas, José Nunes Filho, disse que o grande problema está na inexistência de projetos do governo Federal para o Trem de Alta Velocidade, e mesmo para o entorno do aeroporto de Viracopos com a expansão do terminal aeroportuário, Nunes destacou que o grande questionamento do conselho de infraesterutura e logística do Ciesp Campinas é que o Brasil é um país que não tem planejamento, ou seja, se lançam planos quando não se concluem os lançados anteriormente.
"A região de Campinas passa a ser além de um hub aeroviário também um hub ferroviário importante, então a região vai ser intensamente afetada pelo movimento de pessoas, de trens e aviões. Com isso, surge a preocupação com o planejamento urbano regional que passa a ser muito mais importante. Nós só podemos discutir projetos e não há projetos. Quando isso surgir nós vamos entrar na discussão dos projetos e ver de que forma isso vai nos afetar e de que forma isso ter que ser adaptado para não criar impactos negativos para a região", diz.
Com relação às praças de pedágios na região de Campinas, Nunes acredita que a questão deve ser discutida, pois a localização desses pedágios está sitiando a região e impedindo a livre circulação econômica na Região Metropolitana de Campinas que acaba impactando no produto final ao consumidor. "Nós não somos contra o pedágio, mas a localização deles teria de ser discutida com os entes participantes da região afetados por esses pedágios e não é discutido", explica.
Fonte: DCI/milton paes
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