Os usuários do Porto de Santos vão conhecer, no próximo mês, as novas tarifas operacionais do cais santista. Esta é a previsão do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), que pretende se posicionar sobre o pedido de reajuste das taxas na próxima reunião do colegiado, marcada para o dia 17 de julho, às 8h30. A readequação tarifária proposta pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) é de 58%.
O pedido da Autoridade Portuária foi enviado ao CAP há cerca de nove meses e tem como objetivo repor as perdas devido à falta de reajuste nos últimos sete anos. De acordo com o presidente do Conselho, Bechara Abdala Pestana Neves, durante este tempo, reuniões entre o grupo de trabalho que discute o tema e técnicos da Codesp aconteceram para embasar as avaliações do órgão colegiado.
“A gente precisa se posicionar logo. O que não dá é postergar as avaliações. Mas estamos caminhando para uma decisão equilibrada, que tenha o mínino de impacto nas operações portuárias”, afirmou o presidente do CAP.
A Codesp apresentou duas possibilidades para a aplicação do reajuste de 58%. A primeira consiste em uma etapa única. Na outra, o percentual é dividido em três aumentos de 20% nos próximos três anos. Estas são as opções que vem sendo analisadas pelo conselho, mas, segundo apurado por A Tribuna, é provável que o reajuste aconteça pela segunda opção.
“Entendemos que estamos há sete anos sem ajustes nas tarifas, mas temos que tomar cuidado para que o aumento não comprometa os custos operacionais do Porto de Santos. Eu entendo que é preciso reajustar”, destaca Bechara. Esta foi uma das prioridades apontadas pelo presidente em sua cerimônia de posse, que aconteceu em abril deste ano.
O último reajuste de tarifas do cais santista aconteceu em maio de 2005 e foi de 22,67%. Desde então, o valor das taxas não foi alterado. Mesmo assim, o presidente do CAP é cauteloso quanto aos impactos de um aumento tarifário.
“Venho pedindo insistentemente que isso (os possíveis impactos) sejam ponderados na avaliação que será remetida à plenária, na próxima reunião, para a discussão entre todos os membros”, destacou Bechara.
Apesar de as taxas serem as mesmas desde 2005, a Codesp vem registrando lucro líquido há três anos consecutivos. Mas, em reportagem publicada em A Tribuna, o diretor de Administração e Finanças da estatal, Alencar Costa, destacou a necessidade de readequação das taxas. “Toda essa melhoria nos índices aconteceu sem recomposição das tarifas portuárias. Como parâmetro, o IGP-M no período subiu 41,29%”, afirmou o dirigente.
Fonte: A Tribuna Online/Fernanda Balbino
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