A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) inicia um novo levantamento das profundidades do canal de navegação do Porto de Santos. A medida é necessária para verificar os pontos em que o assoreamento (deposição de sedimentos) mais comprometeu a segurança do tráfego aquaviário. Com isso, a estatal que administra o cais santista espera ter os subsídios necessários para o início da retirada de sedimentos (dragagem) da via marítima.
Na última terça-feira, a Codesp aditou o contrato que mantém com a Van Oord Operações Marítimas, referente à dragagem de manutenção do trecho 1 do canal de navegação, que vai da Barra de Santos até o Ferry Boat. Com a medida, a empresa passou a cuidar dos trechos 2, 3 e 4, que vão do Ferry Boat até a Alemoa – áreas em que a retirada de sedimentos está suspensa desde fevereiro.
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Inicialmente, a previsão do presidente da Companhia Docas, Alex Oliva, era de que a dragagem nesses três trechos começasse na última quinta-feira, o que não aconteceu. Hoje, a estatal promete iniciar as batimetrias (levantamentos de profundidade) de parte do estuário.
Os trabalhos vão começar pelo Trecho 3 do canal, que vai da Torre Grande ao Armazém 6, no Paquetá. Eles seguirão em direção ao Trecho 4, até a Alemoa. Esta última região foi a mais impactada pelo assoreamento nas três áreas nesses quatro meses em que a dragagem não ocorreu. Isso forçou a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) a reduzir o calado operacional nesses pontos, prejudicando as operações nos terminais localizados nestas áreas.
De acordo com a Docas, após o levantamento das profundidades, a estatal irá elaborar, em conjunto com a Capitania dos Portos, um plano para a dragagem “cirúrgica”. No entendimento da estatal, este procedimento integra as obras de dragagem.
Mas a efetiva retirada de sedimentos deve demorar para começar. Isto porque não há uma draga destacada para o serviço. A embarcação que deveria realizar os trabalhos no Trecho 1, a Geopotes 15, está no Rio de Janeiro. A Tribuna apurou que ela deve se deslocar para Santos apenas na próxima semana.
E usuários do cais santista temem que esta não seja a embarcação recomendada para o serviço, devido a suas características técnicas. A segunda opção é a draga Lelystad, que já atuou na manutenção das profundidades do complexo santista. O problema, neste caso, é que ela está fora do País e levará ainda mais tempo para chegar ao Porto.
De acordo com a Docas, o levantamento das profundidades levará entre 10 e 15 dias. Mesmo assim, a estatal aponta que este pode se estender caso as condições marítimas não permitam o bom andamento dos trabalhos.
Aditivo
Para compensar a ampliação do contrato da Van Oord, foi reduzido o volume estimado da dragagem a ser realizada. Com isso, em vez de serem retirados 1,5 milhão de metros cúbicos de sedimentos apenas no trecho 1 do canal, serão dragados 940 mil metros de sedimentos nos quatro trechos da via navegável, da Barra de Santos até a Alemoa.
Inicialmente, os membros do Conselho de Administração (Consad) da Codesp foram contrários ao aditivo. Entretanto, após um parecer favorável da Secretaria de Portos (SEP) do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, eles aprovaram a medida proposta pela Docas.
Também foi aprovada a abertura de um processo licitatório para a contratação de uma nova frente de trabalho de dragagem. Segundo a empresa, o edital será publicado em breve.
Fonte: A Tribuna on line/FERNANDA BALBINO