Com crise global de contêineres, empresas improvisam e dispara a venda de 'big bags', que carregam até 1 tonelada

Sacolas de polipropileno protegem alimentos contra a contaminação e podem ser transportadas com outros itens

Os altos preços e a falta de contêineres têm aumentado o uso das big bags, sacolas gigantes usadas principalmente para transporte de volumes médios e pequenos em navios. No Brasil, essas sacolas são muito usadas no mercado de fertilizantes, principalmente no transporte até as propriedades rurais.

Em geral, no segmento de fertilizantes, as matérias-primas chegam em grande quantidade e são misturadas em território nacional, de acordo com a “receita” de aplicação nas áreas de plantio. Com a falta de contêineres, as embalagens gigantes, que carregam até uma tonelada, têm servido para levar — e trazer — outros tipos de mercadorias.

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Gilberto Birkhan, presidente da Terminais Portuários da Ponta do Félix (Porto de Antonina), no Paraná, afirma que vários tipos de alimentos, como açúcar, arroz, fubá, creme vegetal, macarrão, semente de milho e até maionese estão sendo exportados em big bags, depois de acondicionados em fardos ou caixas.

— O comércio internacional encontra alternativas quando o custo ou escassez de algum material o torna proibitivo. Como esses produtos vão direto para o comércio, facilita a logística de quem recebe — afirma Birkhan.

Este ano, segundo ele, já foram exportadas cerca de 150 mil toneladas de alimentos em sacolas gigantes pelo Porto de Antonina, para países africanos e para a Venezuela, principalmente.

Antes da pandemia, o mais comum era que as big bags fossem usadas como embalagens intermediárias e transportadas dentro de contêineres.

Leandro Klaus, da empresa Delta Porto, especializada em movimentação desse tipo de embalagem, afirma que o uso das sacolas também serve para produtos que podem ser levados junto com outros, que são transportados exclusivamente a granel, como soja, por exemplo. O navio é carregado com a soja e, em cima dela, são colocadas as big bags.

Feitas de ráfia de polipropileno e revestidas por dentro com um forro de polietileno, as big bags protegem de contaminação. Em terra, por exemplo, é possível fazer transporte casado em caminhões — o mesmo veículo que leva a soja ou farinha de osso até o porto pode retornar com fertilizante para a fazenda.

É a mesma lógica de proteção quando essas superembalagens são usadas dentro de contêineres: o produto é trazido dentro da big bag para permitir que outra mercadoria seja embarcada sem risco de contaminação.

O maior uso, no entanto, diz Klaus, ainda é no mercado de defensivos agrícolas.

Eduardo Santos Neto, diretor da Packen, fabricante de big bags, lembra que elas começaram a ser usadas no Brasil nos anos 1980, para transporte de produtos especiais, como medicamentos. Nos anos 2000, quando a demanda por fertilizantes aumentou, as big bags substituíram os antigos sacos de 50 quilos.

Com a sacaria, quando o produto chegava nas fazendas dependia de muita mão de obra — os antigos “boias-frias” —, pois era necessário abrir cada um dos sacos e colocar nas plantadeiras.

O diretor da Packen explica que os vários modelos disponíveis no mercado facilitam inclusive a descarga do produto, já que alguns têm formato semelhante a um funil.

Novos produtos
Agora, diz Santos Neto, as big bags estão sendo requisitadas para embarcar cimento, minérios e sementes, por exemplo. As vendas da empresa cresceram cerca de 20% este ano, com a retomada pós-pandemia.

— O uso de big bags aumentou na esteira da demanda por embalagens no mundo todo. Há uma concentração de procura que deve permanecer até que os estoques de produtos sejam regularizados — acredita.

Segundo ele, esse tipo de embalagem substitui tanto o contêiner quanto as sacarias, dependendo do produto e da necessidade do cliente.

Fonte: O Globo



Yanmar

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