Em visita à sede da Tribuna da Bahia na manhã da última segunda-feira, o Diretor-Presidente da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), José Muniz Rebouças, revelou, ao diretor-presidente do jornal, Walter Pinheiro, que quando assumiu, em 2009, o prejuízo do órgão era de R$ 50 milhões. Cinco anos depois, a Codeba já registrava superávit de R$ 20 milhões. Além disso, segundo ele, mais de R$ 225 milhões de reais foram investidos em infra-estrutura, sem contar as ações voltadas para a modernização e a maior eficiência das operações nos portos de Salvador, Aratu e Candeias. Só aqui no município, nos últimos cinco anos, foram investidos em torno de R$ 107 milhões.
Em boa parte do encontro, o Diretor-Presidente da Codeba falou sobre a situação dos portos baianos e os problemas pelos quais passa o estado por conta da crise mundial. “O Porto é o primeiro termômetro de todos, tanto quando acontece algo positivo ou negativo. Hoje, para se ter uma idéia, importamos 70% de tudo o que é consumido na Região Metropolitana de Salvador. Por outro lado, torcemos para que essa situação se reverta, pois considero que hoje temos uma indústria defasada e temos que buscar, novamente, a produtividade”, relatou.
Em 2014, as operações portuárias baianas resultaram em uma corrente de comércio de pouco mais de US$ 18 bilhões, sendo que as exportações equivaleram à metade desse valor. A outra metade equivaleu às importações. Ano passado, os portos públicos do estado movimentaram mais de 11 milhões de toneladas de cargas e tiveram um faturamento bruto de R$ 124 milhões de reais. Só na capital baiana, foram pouco mais de quatro milhões de toneladas, o que é considerado um recorde pela Codeba.
Porto terá ampliação do quebra-mar
Outro assunto discutido durante a reunião foram os projetos futuros por parte do órgão e as intervenções no Terminal de Passageiros no Porto de Salvador. “Estamos vendo, infelizmente, que o número de passageiros vem caindo. Mas, é muito importante ver que a cidade está olhando para o porto de forma diferente. Salvador, assim como outras, é uma cidade portuária e posso afirmar que uma das três maiores arrecadações do estado vem do setor portuário. A gente quer que a estação se torne uma referência para a que, mesmo fora da temporada, haja uma integração dela com a cidade”, comentou Rebouças.
No entanto, existe um entrave para que as obras de exploração do espaço comecem, segundo o Diretor-Presidente. O edital já foi lançado, audiências públicas foram realizadas e o projeto pronto. Apenas faltaria, de acordo com Rebouças, o Tribunal de Contas da União (TCU) dar o aval de liberação. O objetivo é transformar o local também em um centro cultural, um ponto de entretenimento da cidade.
Com a relação a obras no Porto de Salvador, Rebouças destacou que vai realizar mais obras de infra-estrutura e que muitas delas devem ficar prontas ainda esse ano. “Temos algumas soluções alternativas, como a ampliação do quebra-mar, além da modernização do pátio, cujo orçamento é de R$ 15 milhões e todo ele será feito com recursos próprios da Codeba. Quanto ao quebra-mar, estamos apenas aguardando a ordem de serviço para iniciar as obras”, pontuou.
Quanto ao porto de Aratu, que fica em Candeias, ele diz que projetos também estão sendo estudados para o local e que intervenções, urgentes, precisam ser feitas no local, como a construção de um píer, sem contar os constantes problemas com as filas para descarga de produtos. Para Rebouças, há uma necessidade da melhora da infra-estrutura atual, uma vez que o que está disponível atualmente está ultrapassado e acaba prejudicando a velocidade das operações dos portos.
“A Tribuna da Bahia vem, há muitos anos, acompanhando toda a atuação desta instituição de grande relevo que contribui, sem dúvida, com o desenvolvimento do estado e da nossa economia. É bom saber que eles nos trazem, mesmo com todo o ambiente de incertezas, boas e novas notícias com relação à ampliação das áreas do Porto de Salvador e dos demais portos. Estaremos sempre juntos e dispostos a contribuir, pois vemos a Codeba como entidade essencial ao crescimento da Bahia e que está sintonizada com as principais demandas do estado, como a Fiol [Ferrovia de Integração Oeste-Leste], além do Porto Sul, em Ilhéus”, comentou o presidente da TB, Walter Pinheiro.
Fonte: Tribuna da Bahia
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