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Compatibilizar interesses é o desafio da relação Porto-Cidade

Compatibilizar interesses de um município que é portuário e ao mesmo tempo tem uma grande vocação turística. Este é um dos desafios da relação Porto-Cidade para o diretor do comitê científico da Associação para a Colaboração entre Portos e Cidades (Rete), Rinio Bruttomesso. Segundo o professor e arquiteto italiano, não há como evitar conflitos decorrentes das operações portuárias, mas é preciso estabelecer um diálogo constante para resolver as questões de forma harmônica.

Bruttomesso veio a Santos, a convite da Universidade Santa Cecília (Unisanta), na última semana, para ministrar palestras e um curso na instituição. O representante da Rete foi responsável por uma disciplina internacional no mestrado em Ecologia da instituição.


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Além da relação Porto-Cidade, o especialista abordou os efeitos das alterações climáticas nas cidades portuárias e a necessidade de adaptação a esses impactos.

“A atividade portuária não pode criar um problema para quem vive ali. É preciso buscar uma solução para conviver. A palavra é justamente essa: convivência entre a atividade portuária e a vida urbana”, destacou Bruttomesso.

Para o diretor da Rete, são três os passos fundamentais para que porto e Cidade alcancem a tão sonhada convivência harmônica. O primeiro ponto, que para o professor é fundamental, é o estabelecimento de um diálogo para que ambos conheçam suas necessidades e problemas.

Em seguida, o desafio é encontrar uma visão compartilhada pelos dois lados. Segundo o especialista, nesta fase, é preciso identificar quais são os pontos em comum entre porto e cidade. “Onde queremos ir juntos? Esta é a pergunta que deve ser feita”.

Na terceira etapa, as universidades e entidades ligadas ao setor ganham importância fundamental. É o momento de buscar soluções factíveis para os problemas apresentados. No entanto, este não é um processo rápido porque necessita de pesquisas e diálogos constantes.

“A busca por soluções deve levar em conta os interesses da comunidade. É preciso analisar os temas econômico, ambiental e social. Isso funciona como um tripé”, destacou o arquiteto italiano.

Erosão

Em Santos, a dragagem de aprofundamento do canal de navegação se tornou um tema de discussão e de divergência de opiniões na Cidade. A obra é apontada por alguns como a causa da erosão na Ponta da Praia, mas não há um estudo que comprove tal hipótese.

Bruttomesso acredita que aprofundamento do canal do estuário pode, sim, ter relação com o problema. E, para ele, uma maneira de evitar a erosão e os gastos excessivos com dragagem é a construção de portos em águas profundas, como o Maasvlakte 2, em Roterdã, na Holanda.

“Quase todas as cidades portuárias têm esse problema. Com as experiências internacionais, podemos buscar e estudar. Mas é preciso saber que, por mais que as cidades sejam semelhantes, não há receita”, destacou o pesquisador.

O aumento do nível do mar e os impactos que isso pode trazer para cidades e portos também são assuntos abordado pelo arquiteto. O especialista destaca a urgência da tomada de decisão para evitar catástrofes naturais que, segundo ele, serão cada vez mais frequentes.

“É um problema importante para criar um costume de vida consciente, cuidando de hábitos de consumo, da casa. Não é um tema só para governantes debaterem. É preciso explicar para pessoas comuns, uma questão de educação ambiental e doméstica”, destacou Bruttomesso.

Fonte: A Tribuna online/FERNANDA BALBINO






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