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Cubo Maritime & Port concentra mais de 90% das startups brasileiras do setor

Após um ano de atuação, o Cubo Maritime & Port, hub focado em tornar as operações portuárias e o transporte aquaviário de carga mais eficientes, seguros e sustentáveis, apresenta avanços relevantes. Atualmente, concentra mais de 90% dos empreendedores tecnológicos do setor na América Latina. E tem de planos para expansão e internacionalização por meio da atração de parceiros estratégicos e fomento à cultura de inovação a partir dos próximos meses.

Criado pelo Cubo Itaú e pelas mantenedoras Wilson Sons, Porto do Açu e Hidrovias do Brasil, desde seu lançamento o hub disponibiliza executivos para mentorias com as startups, além de eventos focados em network, negócios e desenvolvimento de conhecimento.


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Segundo a organização, um levantamento realizado pela comunidade mostra que no ano de 2022 as startups do hub faturaram mais de R$ 86 milhões e receberam mais de R$ 25 milhões em aportes. A expectativa desses fundadores é que, em 2023 o faturamento cresça em média mais de 60% em relação a 2022. Em relação a time e quantidade de clientes, a perspectiva é que as startups do hub cresçam em mais de 30% em cada um destes quesitos.

No caso da Wilson Sons, a companhia fez, no final do ano passado, um aporte financeiro na Argonáutica, adquirindo participação minoritária na startup brasileira que desenvolveu a tecnologia inovadora do “calado dinâmico” (otimiza a carga dos navios e a atracação nos terminais portuários). Em parceria com a Argonáutica, a Wilson Sons implantou o novo sistema operacional da sua Central de Operações de Rebocadores (COR), em Santos (SP).

A Hidrovias do Brasil lançou dez desafios, resultando em conexões diretas com 19 startups do Cubo. Dessas conexões, nove startups são provenientes do setor marítimo e portuário. Atualmente, esses projetos estão na fase de design de soluções e implantação, como parte do processo de inovação.

Outro projeto relevante foi o lançamento do estudo inédito “Mapeamento de Startups Marítimas e Portuárias”, conduzido pela Wilson Sons, que identificou 528 startups em todo o mundo no setor marítimo e portuário ou com soluções que atendem diretamente a demandas dessa indústria, distribuídas por 45 países em cinco continentes. A pesquisa aponta que 214 das shiptechs mapeadas (mais de 40% do total) desenvolvem soluções com uso de Big Data & Analytics. E a Inteligência Artificial/Machine Learning, com 85 startups, fica em segundo entre as principais tecnologias, à frente de Internet das Coisas (IoT), Sensores & Monitoramento (83).

Já o Porto do Açu lançou seis desafios na plataforma de inovação, recebeu 24 propostas de startups, resultando em 11 conexões. Das conexões e relações diretas com startups, seis provas de conceito (POCs) foram realizadas e duas já estão em fase de negociação.

Alguns importantes projetos já avançaram. Um deles é o estudo de navegabilidade em lama fluida e calado dinâmico, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, Microars Engenharia e a startup do hub Argonáutica. A iniciativa prevê uma discussão técnica setorial sobre aprimoramento dos processos de gestão da navegação e dragagem, importantes processos para o setor portuário. Além disso, o porto conta com um projeto de gêmeos digitais com a startup PhDsoft, e de soluções de alertas meteoceanográficos com a i4sea e uso de imagens de satélite para monitoramento com a Cyan. Juntas, essas startups estão trabalhando numa solução integrada para novos sistemas de monitoramento para o porto.

Visando estimular a inovação nas operações do Açu e contribuir com a promoção do ecossistema, o porto desenvolveu no último ano o programa de pesquisa, desenvolvimento e inovação Cais Açu Lab – Coletivo de Ações em Inovação e Sustentabilidade – que tem como objetivo transformar o Porto do Açu em uma plataforma de inovação, promovendo eficiência e resiliência das operações portuárias, marítimas e industriais, aumentando competitividade e contribuindo para o desenvolvimento econômico local no norte do estado do Rio de Janeiro.

A iniciativa quer expandir sua atuação e atrair parceiros de outros países. Para isso, está lançando um desafio em parceria com as empresas líderes do projeto para alcançar o mercado internacional e estabelecer conexões com hubs de inovação e startups de outros países. O objetivo é ampliar as oportunidades de colaboração e promover a troca de conhecimentos entre empreendedores internacionais e o mercado brasileiro.

Como parte da estratégia global de expansão, o Cubo Maritime & Port fechou uma parceria informal com o PIER71TM , com sede em Singapura. Desde 2018, o PIER71TM desenvolve um ecossistema de startups marítimas com uma forte reputação internacional em Singapura. Por meio do Smart Port Challenge, que acontece anualmente, já trabalharam com mais de 50 parceiros do setor para desenvolver mais de 100 oportunidades de inovação em diversos países. Para a parceria, ficou acordada a promoção de competições de inovação, assim como o incentivo para que startups marítimas do Brasil e de Singapura apliquem para os desafios. Além disso, os hubs irão providenciar um programa de soft-landing para facilitar a entrada de startups brasileiras em Singapura e vice-versa, conectando-as com parceiros relevantes do ecossistema.

A Enterprise Singapore, agência que fica sob o Ministério do Comércio e Indústria de Singapura, responsável por promover a internacionalização e expansão para outros continentes, irá coordenar a busca de startups para esses desafios e dar apoio às startups no mercado brasileiro. Outra iniciativa planejada é a organização de conexões B2B e oportunidades de network, desenvolvimento de ideias e troca de conhecimento entre os empreendedores de ambos os países.

Seguindo o movimento de outros setores, o Cubo Maritime & Port deve lançar um projeto voltado ao desenvolvimento de startups focando em questões ESG. Um dos focos deve ser a descarbonização. E outras soluções que estarão no radar é para integração de shiptechs, operações remotas ou autônomas de navios e equipamentos portuários, além de colaboração e compartilhamento de dados.

Para o futuro, a expectativa é ampliar as interações e projetos com as startups, além de estabelecer parcerias com órgãos regulatórios para acelerar o avanço tecnológico em ambientes altamente regulados. Outro ponto de interesse é a busca por fortalecer colaborações com centros acadêmicos para atrair mais profissionais e startups para a área.






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