Mesmo com uma previsão de redução na importação de fertilizantes até o final de 2022 em 30%, os portos do Paraná mantêm um ritmo alto de descarga do produto. Apenas nos dois últimos dias a agência marítima Fortenave atendeu, simultaneamente, quatro navios carregados de fertilizantes, sendo dois navios atracados no porto de Paranaguá e outros dois no Porto Ponta do Félix, em Antonina.
Ao todo, estas embarcações totalizaram a descarga de 107.236 toneladas do insumo, vindos da Jordânia, Nigéria, Egito e China.
Até a tarde de terça-feira (22), oito navios estavam aguardando para descarregar o produto em Paranaguá e Antonina. E em torno de 12 estão a caminho dos portos paranaenses, segundo informações do lineup das empresas responsáveis pelo agenciamento marítimo.
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Segundo o diretor da Fortenave, Ismael Pires, mesmo com o mercado de fertilizantes passando por um momento de ajuste nos estoques, as descargas continuam porque o país depende do produto estrangeiro. “O Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes utilizados no agronegócio. Já os Portos do Paraná estão entre as principais portas de entrada dos adubos no país, com 30% do total”, conclui Pires.
O país teve um ano atípico, com um alto volume de importação de fertilizantes. A medida foi para garantir insumos suficientes para a expansão da área plantada diante dos temores de escassez por conta da guerra entre Ucrânia e Rússia, que é um importante fornecedor.
Até o fim do primeiro semestre do ano, o Brasil havia importado cerca de 19,2 milhões de toneladas de fertilizantes, 20% a mais do que no mesmo período do ano anterior.
Com os altos volumes do produto em estoque, nos últimos meses, houve uma queda no ritmo das importações dos insumos. De outubro a dezembro, o Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Paraná (Sindiadubos) prevê uma redução de 30% na descarga do produto.