Porto de Fortaleza terá sua profundidade aumentada de 11,5 para 14 metros num prazo de oito meses
A ordem de serviço para ampliação da profundidade do porto será assinada hoje na Companhia Docas
O ministro Pedro Brito, da Secretaria dos Portos (SEP) assinará, hoje, na Companhia Docas do Ceará, a Ordem de Serviço para que a Bandeirante Dragagens e Construções, vencedora da concorrência, inicie "o mais rápido possível, os trabalhos de retirada de cerca de seis milhões de metros cúbicos de sedimento do porto do Mucuripe, para elevar a sua profundidade de 11,5 m para 14,00 m num prazo de oito meses, na perspectiva de receber, a partir do próximo ano, navios de grande porte".
O presidente da Bandeirante Dragagens e Construções, Ricardo Subaia, assegurou que, "serão utilizados nos trabalhos de dragagem no porto de Fortaleza os recursos mais modernos em termos tecnológicos e pessoal capacitado para entregá-lo antes do prazo previsto". E marcou até data: dezembro de 2010.
A adequação do Porto do Mucuripe - e dos demais terminais marítimos brasileiros - decorre menos de sua participação no comércio exterior e mais, sobretudo, do novo padrão de infraestrutura e tecnologia exigida pela configuração logística deste comércio. "Não há de se pensar em viabilidade logística comercial de expansão da corrente do comércio brasileira sem esta adequação", comentou o ministro Pedro Brito ao explicar que, "é dentro deste contexto e desta logística que a SEP estabeleceu e tem por prioridade cumprir em seu cronograma, o Programa Nacional de Dragagem (o PND), previsto dentre as obras elencadas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)".
Ao assumir a responsabilidade de contratar as obras do PND, a SEP adotou um conceito que prevê a contratação por resultados, isto é, o contratado receberá apenas quando forem atingidas as marcas estabelecidas no contrato. E mais: "dentro do PND, o porto dragado que necessitar de manutenção, após as obras de aprofundamento, terá garantido um ciclo de manutenção".
A dragagem por resultado é um novo conceito no País, que veio para garantir que os portos nacionais persigam a excelência na sua operação, agregando valor e reduzindo custos no comércio exterior.
Para o ministro Pedro Brito, com recursos assegurados pelo PAC, está prevista a aplicação de R$ 3,6 bilhões, assim distribuídos: R$ 1,6 bilhão para o PND e o restante para melhorias da infraestrutura e acessos terrestres alocados pelo Programa de Aceleração do Crescimento-1. Estão previstos mais R$ 5,2 bilhões, dos quais R$ 740,7 milhões serão destinados para os terminais portuários com vistas à Copa de 2014.
A OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Em favor da correnteza
A história das navegações começa quando o homem em tempos remotos observou um grande tronco flutuando nas águas de um rio e comprovou que, empurrando-o em favor da correnteza, ele ganhava velocidade. E mais surpreso ficou quando notou que suportava o seu peso escorregando de rio abaixo, chegando primeiro que seus companheiros que corriam pelo intrincado das árvores, no sobe e desce das montanhas e na travessia dos campos. Mas para chegar ao atual estágio das navegações, muitos séculos se passaram. O fato é que ao longo dos últimos cinco anos, o cenário mundial do comércio exterior apresentou vertiginosa expansão, saltando a corrente de US 15,5 trilhões, em 2003 para U$ 27,9 trilhões em 2007 e está encostando nos U$ 30 trilhões neste 2010. O forte avanço de economias como a dos Estados Unidos, Alemanha e Japão, bem como da China - aliada à alta liquidez financeira observada no período impulsionaram o comércio global. O Brasil, consolidando uma política de estabilidade macroeconômica, soube aproveitar deste impulso mundial.
Fonte: Diário do Nordeste(CE)/Rodolfo Espínola
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