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Economista cobra avanços tributários e mais investimento em infraestrutura

Obras de infraestrutura não são as únicas ações que precisam ser tomadas para o desenvolvimento do comércio do Mercosul. O professor de Economia e Finanças Públicas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) e economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Alfredo Meneghetti Neto, lembra que o bloco foi implementado em 1991, porém ainda não houve grandes avanços em pontos como a harmonização tributária. “Historicamente, ao invés de progredirmos na construção de uma harmonização comercial e de processo de negócios, os países se afastaram”, lamenta.

Ele enfatiza que a meta era chegar a um modelo semelhante ao da União Europeia, contudo as etapas de soluções dos problemas aduaneiros, de comércio, trabalho e cidadania não foram completadas. “Agora, neste governo Dilma, o fundamental é focar em resolver as pendências tributárias”, sugere o economista. Ele explica que o sistema tributário brasileiro não está em concordância com nenhum dos países da América Latina.

Enquanto os estados brasileiros praticam o ICMS, as outras nações utilizam o sistema de valor adicionado. Isso, conforme o economista, mesmo com a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, gera um distanciamento.
Para Meneghetti, eventuais barreiras poderiam corromper a ideia do Mercosul e seriam uma resposta paliativa para a dificuldade. “O nosso problema é a extraordinária carga tributária que prejudica a competitividade dos produtos brasileiros”, diz Meneghetti. O ideal, segundo ele, seria a realização de uma reforma tributária para resolver a questão. O fato de o real estar valorizado também complica a relação com os países do Mercosul e o professor “não vê nenhum remédio a curto prazo”. Ele adverte que a taxa cambial no nível atual implicará déficit na balança de pagamentos, diminuição gradativa nas exportações e aumento das importações.

Na área de infraestrutura, Meneghetti destaca que o Brasil apresenta problemas nos seus portos, que estão operando na capacidade máxima. Ele ressalta ainda que a logística brasileira não é flexível e avançada o suficiente para permitir a exportação de maior qualidade e quantidade. “Não temos contêineres suficientes para atender, a pleno, a nossa vocação exportadora”, diz o professor. De acordo com ele, o transporte rodoviário também apresenta entraves. Ele reforça que é fundamental investir na infraestrutura para viabilizar a intermodalidade do transporte rodoviário, com o marítimo.

Fonte: Jornal do Commercio (RS)


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