SÃO PAULO - Anunciada em junho durante a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, a abertura do mercado americano à carne bovina in natura do Brasil deve ultrapassar todos os entraves que estão pendentes no primeiro semestre de 2016, afirmou hoje o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio.
Assim, a Abiec espera que os primeiros embarques de carne bovina in natura para os EUA aconteçam no segundo semestre do próximo ano. Nas projeções divulgadas hoje para as exportações totais de carne bovina do Brasil, a Abiec já incluiu uma receita de US$ 102 milhões referentes às exportações de carne bovina in natura ao mercado americano.
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De acordo com Sampaio, depois do anúncio da abertura do mercado dos EUA ainda está pendente o certificado de equivalência sanitária entre o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e o Ministério da Agricultura do Brasil. “Esperamos que isso aconteça no primeiro semestre”, disse Sampaio. A partir daí, restará ao próprio ministério brasileiro indicar os frigoríficos que estão em linha com as regras determinadas pelos Estados Unidos, explicou.
Em entrevista a jornalistas, Sampaio minimizou o lobby que os produtores americanos vêm fazendo no Congresso americano para impedir a efetiva abertura do mercado dos EUA à carne bovina brasileira. De acordo com ele, parlamentares americanos tentaram fazer emendas ao orçamento do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para forçar o órgão a fazer uma nova análise de risco no Brasil.
“Teoricamente, o Congresso americano pode dizer quanto vai gastar, mas não como vai gastar”, disse ele, acrescentando que o próprio USDA é contra esse pleito dos parlamentares, uma vez que essa análise de risco já foi feita em 2020. “É difícil que [esse lobby] vá para frente”, disse.
Fonte: Valor Econômico/Luiz Henrique Mendes