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Embarques de carne podem ser retomados

Com a abertura do mercado sul-africano para a carne bovina in natura brasileira, anunciada ontem pelo ministro Reinhold Stephanes, o País retorna à situação na qual se encontrava antes da ocorrência de focos de febre aftosa. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Otávio Cançado, a África do Sul era o único país que mantinha o embargo às importações de carne bovina brasileira. As compras do Brasil foram suspensas em 2005, após o registro de focos de aftosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná.
"A África do Sul era o último país que faltava abrir para o Brasil por conta daquele evento. Voltamos ao status pré-aftosa, com o mesmo número de mercados daquela época ou até mais, porque nos últimos anos conquistamos outros", disse Cançado.
Segundo ele, a Abiec já estava de olho no mercado sul-africano e discutia com a Agência Brasileira de Promoção e Exportação e Investimentos (Apex) que tipo de ação os exportadores poderiam promover durante a Copa do Mundo, já que a entrada da carne brasileira no país estava proibida.
Com permissão para apenas comprar carne industrializada do Brasil, no ano passado a África do Sul importou 297 toneladas de carne brasileira (em equivalente carcaça), o que equivale a US$ 353 mil, de acordo com dados da Abiec. Porém, há um significativo potencial de crescimento. Segundo informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), a África do Sul importou 10 mil toneladas de carne bovina em 2009 (em equivalente carcaça) e deve comprar 12 mil toneladas em 2010.
china. Para efeitos de comparação, a China importou 6 mil toneladas no ano passado. Além disso, o consumo per capita no país africano é mais desenvolvido do que no país asiático, situando-se em 13,9 quilos por habitante em 2009, ante 5,9 quilos por habitante na China.
Para este ano, a projeção do USDA é de um consumo per capita de 14,1 quilos por habitante na África do Sul. Assim, para analistas do setor, a autorização da África do Sul para importação da carne brasileira é uma excelente notícia.
O diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, lembra que a demanda por carnes no continente africano é altamente reprimida devido ao poder aquisitivo limitado da população. "Mas todos (os países) estão passando por um processo de melhora do padrão de renda. Os negócios vão depender muito da velocidade com que isso vai acontecer", disse Ferraz.
(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Da Agência estado)






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