Recentemente, a divulgação de uma imagem de satélite pela Agência Espacial Norte-americana (NASA) chamou atenção pela imensidão da pluma da Lagoa dos Patos. A imagem capturada a 705 quilômetros de distância da Terra pelo satélite Landsat destaca a pluma da lagoa rica em sedimentos em suspensão transportada para o oceano através da boca da barra do Porto do Rio Grande.
A imagem ganhou destaque devido às enchentes históricas que atingiram o Rio Grande do Sul, ressaltado pela NASA como episódios de chuvas registrados entre os meses de setembro e outubro. A imagem divulgada reforça os dados publicados por pesquisadores locais, que descrevem que a pluma da lagoa é modulada pelo padrão de chuvas e ventos.
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A pluma natural do deságue da Lagoa dos Patos, potencializada pelos eventos extremos de chuvas, devido ao fenômeno El Niño, e todo o volume de material fino carreado por ela, contribuiu para a formação de um novo bolsão de lama em frente da praia do Cassino.
Mensalmente, a Portos RS por um contrato de prestação de serviço com o SiMCosta/Furg, realiza o monitoramento do bolsão de lama. Desde o período de novembro de 2022, a evolução de um bolsão até seu completo desaparecimento entre os meses de abril e agosto de 2023 foi acompanhado.
No monitoramento de setembro, após o período das grandes chuvas e da enchente histórica foi possível observar uma nova formação do bolsão de lama em frente à Praia do Cassino. O levantamento realizado no início de novembro confirma sua formação.
O monitoramento continuado realizado pelo SiMCosta, desde o período do projeto de dragagem de manutenção 2018/2020 demonstra que o material depositado na área de despejo não tem transporte em direção a costa. E reforça que a dinâmica natural da Lagoa dos Patos, além de ser responsável pelo assoreamento do canal de navegação, contribui para a formação do bolsão.