O tempo médio de espera para o carregamento de navios com açúcar no principal terminal de exportação do Porto de Santos (SP) atingiu impressionantes 45 dias na semana até 14 de junho, apontaram dados da agência marítima Cargonave.
A espera no terminal da Rumo no maior porto da América Latina já era de longos 41 dias na semana anterior, segundo a Cargonave. Em igual período do ano passado, o tempo médio no aguardo era de cinco a sete dias.
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A maior parte do mercado global de açúcar se voltou para o Brasil nos últimos três meses, à medida que o país produz volumes recordes do adoçante. As usinas têm dado prioridade ao açúcar em detrimento do etanol depois que o mercado de combustíveis brasileiro afundou devido às medidas de isolamento social relacionadas à pandemia de coronavírus.
O movimento repentino ocorreu em um momento em que o Brasil também exporta volumes recordes de soja, o que contribuiu para o longo tempo de espera enfrentado pelos navios.
Outros terminais de açúcar em Santos também registram atrasos, mas menores. O terminal da Copersucar, por exemplo, possuía espera de apenas dez dias na semana passada, embora o período tenha aumentado para 13 dias na segunda-feira, disse a Cargonave.
O tempo de espera no terminal da Rumo, enquanto isso, caiu para 37 dias na segunda-feira, segundo a agência.
Procurada, a Rumo afirmou que não está registrando atrasos nos embarques, e acrescentou que a movimentação já era esperada, diante do câmbio favorável e do preço internacional do açúcar, que têm impulsionado as exportações.
“O terminal de Santos está operando na sua capacidade máxima e o tempo de espera atualmente é de 5 a 7 dias para navios de grãos e menos de 30 dias para navios de açúcar”, disse a Rumo. A empresa espera “o melhor junho de toda a história” para o terminal.
Um operador do mercado de açúcar em Nova York disse que alguns traders estão buscando trocar o terminal da Rumo por outros, em um esforço para reduzir os tempos de espera e taxas adicionais (demurrage).
A empresa de serviços Czarnikow afirmou que também há companhias se dirigindo para outros portos, destacando que o porto de São Sebastião (SP), que costuma operar cargas de petróleo e outros líquidos, começou a embarcar açúcar pela primeira vez desde 2005.
A Czarnikow disse que alguns carregamentos de açúcar do Brasil foram adiados de junho para julho por causa do congestionamento portuário.
Fonte: Reuters