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Estudantes querem automatizar operação de contêiner em Santos

Automatizar o embarque e o desembarque de contêineres no Porto de Santos é o principal objetivo de um projeto de pesquisa desenvolvido por alunos do curso de Automação Industrial da Faculdade de Tecnologia de São Vicente (Fatef). O plano é que os portêineres, equipamentos que movimentam os contenedores entre o cais e os navios, passem a ser operados a distância, garantindo maiores segurança e produtividade a essa atividade nos terminais especializados.

O projeto faz parte do trabalho de conclusão de curso (TCC) de cinco alunos da instituição de ensino. Eles resolveram focar o estudo no setor portuário como uma forma de conhecer mais a área e, possivelmente, ingressar nesse mercado de trabalho.

“O objetivo maior do projeto é dar segurança. Ele tira totalmente o operador da linha de risco, aumenta a produtividade e garante a redução de custos para o terminal”, explica Elisa Kimie Yamaoka, aluna do 5º semestre de Automação Industrial.

A ideia é que os portêineres sejam programados para realizar as operações, tornando desnecessária a presença de operadores na cabine do equipamento, que fica a uma altura de cerca de 60 metros (o equivalente a um prédio de 12 andares). Todos os movimentos poderão ser acompanhados de um centro de controle e supervisão, que deverá ser instalado dentro do próprio terminal.

Sistemas automatizados para a movimentação de contêineres já são utilizados em outros portos, como Roterdã, nos Países Baixos. Em Santos, não. No complexo marítimo, em todos os terminais especializados, a operação de portêineres segue o padrão tradicional, com profissionais manejando o equipamento a partir da cabine suspensa. Nessa atividade, o contêiner é movimentado após ser preso a uma plataforma ligada a cabos, deslocados ao longo dos trilhos da lança do portêiner. Dessa forma, ele é levado entre o cais e o navio (embarque) ou faz o caminho inverso (desembarque).

“A gente quer esse portêiner automatizado. Ele é todo programado em linguagem computacional, em comunicação com o sistema supervisório. Há uma tela que mostra, em tempo real, tudo o que está acontecendo na área. Através da programação, nós conseguimos direcionar onde o contêiner vai parar, quais são as posições, as sequências. Assim que chega o contêiner (no cais), o sistema já é acionado e o portêiner sabe onde tem que ir. Quando termina, a lança sobe novamente e fica em estado de repouso. Tudo está praticamente automatizado”, explicou Elisa Yamaoka.

Planejamento

Segundo os alunos da Fatef, o sistema de automação respeitará a programação feita pelo ship planner – que é o planejador das operações, o profissional responsável pelo plano de embarque e descarga do navio porta-contêineres, de acordo com as características da embarcação mercantil.

“O navio usa o ship planner e o sistema usaria esse planejamento para saber os detalhes da operação. O operador (do portêiner), lá em cima, sabe a numeração do contêiner que está lá embaixo de acordo com o mapa. (No sistema automatizado) ele só vai visualizar, não vai ficar apertando botão. Os próprios sensores vão identificar se o contêiner já vai estar lá embaixo”, explicou o aluno Julio Cezar Matoso.

Segundo os estudantes, com a automação, será possível definir o tempo necessário para a movimentação de cada contêiner. E o terminal especializado poderá programar quantos movimentos por hora (MPH) serão executados pelos equipamentos.

“Todos os passos da operação serão definidos. A gente poderá programar em quanto tempo deverão ser feitos os movimentos, em quantos segundos os contêineres serão içados pelos eletroímãs. Tudo isso é bem detalhado no programa”, explicou Elisa.

Esses novos procedimentos poderão aumentar a eficiência das operações e, consequentemente, reduzir os custos dos terminais. “A ideia é que, com a automação, haverá um menor número de operadores. Hoje, existem escalas, trocas de operadores. Com o novo sistema, um operador poderá supervisionar a atividade de quatro ou cinco portêineres em um navio. Ele praticamente só iria corrigir os erros”, destacou Julio Cezar Matoso.

Desafios

Segundo os alunos, foram vários os desafios para a elaboração do projeto de pesquisa. Entre eles, entender como operam o setor portuário e equipamentos como os portêineres.

“Tivemos de saber como funciona (o portêiner) para fazer maquete. A parte de programação e a tela do sistema supervisório foram complicadas. Tivemos de trabalhar os dois juntos. Era preciso haver uma comunicação entre elas e a estrutura que foi feita. São três coisas diferentes que têm que se casar para funcionar perfeitamente”, afirmou Elisa.

Fonte: A Tribuna O-line/Fernanda Balbino






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