A entidade que fará os estudos de viabilidade para aprofundar o canal do Porto de Santos dos atuais 15 metros para 17 metros em até dois anos será definida até o final do próximo mês. O trabalho também avaliará os impactos que a dragagem do canal de navegação, eventualmente, possa ocasionar às praias da Cidade.
A informação é do diretor-presidente da Brasil Terminal Portuário (BTP), Antonio Passaro, idealizador da iniciativa. Ao lado de executivos e autoridades, ele celebrou ontem a marca de movimentação de 1 milhão de contêineres na instalação durante a escala do milésimo navio, o MSC Agrigento, no cais da empresa, prestes a completar dois anos.
A partir de agora, a meta da companhia é atingir o segundo milhão de contêineres movimentados até o final do próximo ano, apostando no crescimento do Porto de Santos. “Naturalmente, poderíamos ter atingido a marca de hoje (sexta-feira,24) antes por causa da dragagem. Mas isso é passado e temos que pensar no futuro”.
É, justamente, para eliminar os entraves burocráticos e orçamentários que podem atrasar o desenvolvimento do complexo santista que os estudos para aprofundar o cais devem ser definidos até o final de agosto. Essa iniciativa integra o grupo Santos 17, que reúne agentes públicos e privados para definir soluções para a infraestrutura aquaviária.
De acordo com Passaro, as discussões estão em fase final para definir as instituições responsáveis pelo trabalho e de quem pagará todas as despesas. A comitiva já visitou as instalações da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) do Rio de Janeiro, que podem, em conjunto, estudar o aprofundamento.
“O estudos que vão ser feitos vão incluir, também, a Praia de Santos. Estamos trabalhando em conjunto para solucionar de uma vez essa questão”, explica o diretor-presidente da BTP. Ele refere-se às dúvidas em relação aos impactos da dragagem do canal de navegação, que podem contribuir ou não para a erosão na orla da Cidade.
Investimentos
Ainda durante o evento do milionésimo contêiner, o diretor-presidente da BTP, Antonio Passaro, destacou a expectativa da empresa de, nos próximos seis anos, solicitar ao Governo Federal a renovação antecipada do contrato de arrendamento. A ideia é poder executar novos e grandes investimentos no terminal. A instalação foi inaugurada em agosto de 2013.
“Somo um terminal novo e temos investido muito. Mas vamos ampliar a capacidade com esse aditamento”, afirma, sem falar em números. Já sobre a cartela de clientes, ele acredita que nos próximos dois anos ela se manterá como a atual, com acordo já definidos para cada instalação de contêineres no Porto de Santos.
Meio ambiente
Paralelamente aos números, o terminal planeja se tornar mais sustentável, principalmente depois de receber um selo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atestando a responsabilidade com o meio ambiente. A ideia é construir uma usina para gerar energia a todo instalação.
De acordo com o Passaro, a instalação, que poderá funcionar a gás, produzirá eletricidade ao terminal, com redução de custos operacionais. “Temos nos orgulhado desse caminho. Eu digo que faço muitos terminais no mundo, mas é a primeira vez que estou plantando árvores no terminal. Isso é o certo”.
Fonte: A Tribuna Online/José Claudio Pimentel
PUBLICIDADE