Kepler Weber aposta em corredor de grãos na região Norte/Nordeste, onde amplia sua área de atuação - A Kepler Weber está confiante no desenvolvimento do corredor de exportação de grãos na região Norte/Nordeste. O gerente de marketing da empresa, Felipe Maciel, observa a concentração de potenciais clientes, inclusive empresas multinacionais, próximo ao porto de Itaqui (MA). “Existe um corredor de exportação Norte. Existem grandes clientes se instalando naquela região e vai sair um corredor no qual a Kepler está em contatos bem adiantados para poder fornecer”, conta.
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De acordo com Maciel, a nova Lei dos Portos (12.815/2013) e as novas fronteiras agrícolas, como a região MA-TO-PI-BA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), demandam melhorias no corredor de exportação. Ele cita que levar uma safra do Mato Grosso do Sul para o porto de Santos, ou para outro porto brasileiro, sai mais caro que um frete argentino ou um frete americano. “Isso torna injusta a briga de competitividade dos nossos produtores frente aos outros mercados”, aponta.
No mercado de armazenamento de grãos em fazendas, a Kepler possui fatia de 40% a 50%. A empresa tem participação de 30% a 35% no mercado portuário, atuando com soluções como transportadoras e armazenagem de silos. Segundo Maciel, a Kepler Weber possui cerca de 30 obras instaladas no porto de Santos. Entre os equipamentos fornecidos estão correias transportadoras e elevadores.
Nos nove primeiros meses de 2013, a Kepler Weber alcançou receita de R$ 415 milhões, o que representa crescimento de 56% em relação ao mesmo período de 2012. “Para 2014, temos meta de crescimento. O ano será de crescimento no segmento de movimentação de granéis”, projeta Maciel. Recentemente, a Kepler Weber entregou sete silos para a Moinho Dias Branco, no porto de Aratu (BA).
Os silos, com capacidade de 18 toneladas cada, incrementam a capacidade de armazenamento da empresa, que já tinha outras quatro unidades, também produzidas pela Kepler. Em Aratu, a empresa também instalou transportadores, elevadores e a estrutura de sustentação dos equipamentos no porto baiano.
Os silos estão localizados no terminal Cotegipe e armazenarão soja produzida no município baiano de Luiz Eduardo Magalhães. De acordo com a Kepler, a carga é destinada à exportação. A M.Dias Branco também utilizará os novos equipamentos para armazenar suas importações de trigo.
A Kepler Weber defende a ampliação do armazenamento próximo à produção. De acordo com Maciel, o Brasil armazena apenas 15% da produção perto da origem, enquanto a maior parte da safra está em caminhões e nos portos. Na Argentina, esse índice de armazenagem na fazenda chega a 50%, ainda inferior ao percentual de 70% alcançado em países como Alemanha e Estados Unidos.
A Kepler avalia que quatro fatores trazem boas perspectivas para o negócio. A principal é o preço da commoditie que continua alto nos últimos dois anos, apesar de uma pequena baixa em fevereiro de 2014. Além disso, a expectativa é que a safra brasileira bata novo recorde em 2014, ficando perto de 200 milhões de toneladas. Outro fator é a necessidade de investimentos em armazenagem já que o déficit de estocagem varia entre 50 milhões e 60 milhões de toneladas. Maciel ainda destaca os programas de investimentos em infraestrutura do governo federal. “Esses quatro fatores conjugados nos dão horizonte de expectativas boas”, afirma.
Entretanto, Maciel ressalta que a capacidade de seus clientes captarem recursos é limitada. Dessa forma, os R$ 5 milhões destinados pelo programa de incentivo à armazenagem do governo federal podem não ser totalmente desembolsados num primeiro momento. Ele considera o programa justo, apesar das exigências e diz que pequenos ajustes poderiam tornar o plano de armazenagem mais eficiente.
O gerente de marketing da Kepler Weber lembra que a empresa está entrando no mercado de mineração e desenvolvendo uma linha específica para esse segmento. Maciel conta que a percepção da marca colhida em pesquisas com as empresas do setor foi positiva.
Um dos objetivos da Kepler é adequar os equipamentos às necessidades do segmento. Ele revela que existe um contrato na fase final de assinatura que pode ser anunciado em breve. “Temos executado algumas negociações. Inclusive, fechamos uma obra em Minas Gerais onde temos potencial mais forte para atuar nesse primeiro momento”, adianta.