Nenhuma empresa apresentou proposta de preço para participar da licitação da dragagem do canal de acesso que vai permitir a movimentação dos navios petroleiros para atender à Refinaria Abreu e Lima, no Complexo de Suape. A abertura dos envelopes aconteceu no último dia 20, em Brasília, e para surpresa dos representantes da Secretaria Especial de Portos (SEP), apesar de 19 empresas terem apresentado documentos para participar da disputa, o resultado foi o que se chama de uma licitação deserta.
O motivo para o desinteresse das empresas é que o preço de referência apresentado pela SEP foi de R$ 108 milhões, mas estudos realizados no local apontam que o custo da obra seria três vezes maior, chegando a R$ 300 milhões. ?No ano passado, a empresa Eiconor realizou para nós um levantamento no local e durante os testes de batimetria (medição da profundidade) e análises sismológicas identificou a existência de 580 mil metros cúbicos de crosta (rochosa) no fundo do mar. Por conta disso, o investimento teria que ser maior, inclusive com a necessidade de realizar implosões?, explica o diretor de Engenharia e Meio Ambiente de Suape, Ricardo Padilha.
Em junho do ano passado, a diretoria de Suape encaminhou à SEP o levantamento, onde apontava que o valor da obra saltaria para cerca de R$ 300 milhões e pedia um incremento no repasse dos recursos do chamado PAC da Dragagem para cobrir os custos. ?A Secretaria resolveu fazer um outro projeto, onde estreitava o cais de acesso e diminuía o valor da intervenção para cerca de R$ 110 milhões?, recorda o presidente de Suape, Fernando Bezerra Coelho. O projeto da SEP diminuía a largura do canal de 300 para 210 metros. Dessa forma, só permitiria a passagem de um navio petroleiro por vez.
Com a licitação deserta, a SEP solicitou novos testes de batimetria e análises do material rochoso. ?Esperamos concluir os trabalhos até o final de novembro e encaminhar a eles?, calcula Padilha.
Por meio da sua assessoria de comunicação, a Secretaria Especial de Portos informou que deverá relançar a licitação em janeiro de 2010. A dragagem vai permitir aumentar o canal de uma profundidade de 16 para 19,5 metros e permitir a navegação de embarcações de grande porte, a exemplo dos petroleiros que vão trazer o óleo a ser processado pela unidade de refino da Petrobras em Pernambuco.(Fonte: Jornal do Commercio/PE/Adriana Guarda)
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