Um braço de logística do grupo francês PSA Peugeot Citroën, a Gefcoestá tomando um rumo para se tornar cada vez menos francesa e cada vez menos Peugeot. A empresa tem buscado expandir sua atuação em mercados emergentes, em outros ramos industriais e mesmo em outras montadoras - para quem tem carta branca para prestar serviços, sem medo de colaborar com a concorrência.
No Brasil, a empresa desembarcou em 1999 junto com a Peugeot. Cogitou ir embora com a chegada da crise de 2002 - aqui e na Argentina - mas decidiram ficar. "Foi a decisão certa", diz o presidente mundial da Gefco, Yves Fargues.
Mundialmente, a Gefco tem uma receita de €3,4 bilhões. No Brasil, são R$ 320 milhões - o que a coloca como uma concorrente de médio porte no ramo. Mas cresceram 40% no ano passado, e projetam repetir a dose e crescer mais 30% em 2011.
No Brasil, a maior parte das suas operações ficam no Rio de Janeiro, onde atende a fábrica da Peugeot em Porto Real (RJ), na região de Rezende. As importações de automóveis prontos chegam pelo porto do Rio, e as autopeças, em contêineres desembarcados em Sepetiba.
Para a nova fase de crescimento no Brasil, vão inaugurar este mês um parque logístico de 5 mil m2em Guarulhos (SP) - praticamente pronto - e vão instalar ainda este ano outra unidade em Betin (MG), especificamente para atender a fábrica da Fiat.
Entre os clientes brasileiros, há um punhado de empresas francesas (Decathlon, Lerroy Merlin e L'Oreal); do ramo automobilístico, como Forde Iveco, do grupo Fiat; e uma grande operação com a Mabe, produtor da linha branca que detém as marcas Bosch, Dako, GE e Continental - e será um dos principais clientes da nova unidade em obras em Guarulhos.
Segundo Fargues, a PSA Peugeot Citroën ainda tem um peso de 60% nas receitas mundiais da Gefco, mas com o crescimento das atividades, a fatia pode diminuir. O grupo é especializado no ramo automotivo, tanto abastecimento da linha de montagem como distribuição da produção, o que rende cerca de três quartos da receita da empresa. Trabalham com todas as principais montadoras, como Volkswagen, GM, Ford e Fiat.
Segundo Yves Fargues, a especialização da companhia na área automobilística deve ser mantida. A Gefco é líder mundial no ramo, e na classificação geral, é a maior empresa de logística da França e a sétima da Europa. Mas o eixo da produção e do consumo automobilístico vai mudar para o mundo em desenvolvimento, sobretudo China, mas também Brasil. Hoje o mundo produz 54 milhões de carros por ano, mas em dez anos, pode estar montando 94 milhões - um setor promissor.
Fonte: Valor Econômico/Fernando Teixeira | De São Paulo
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