Manaus (AM) - O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciou na última sexta-feira, o processo de implementação do “Plano de Área Portuária de Manaus”, visando à prevenção e ao atendimento a acidentes e emergências ambientais, principalmente o derramamento de óleo no Rio Negro.
Para atender as exigências do plano, o Ibama convocou as instituições públicas ligadas à área ambiental para a primeira reunião prevista para ocorrer na próxima terça-feira (1º). As reuniões prosseguem no dia na quinta-feira (3), mas desta vez, com as empresas que utilizam a zona portuária de Manaus.
Segundo o analista ambiental e superintendente substituto do Ibama no Amazonas, Geandro Guerreiro Pantoja, o objetivo da reunião é discutir emergências ambientais e, posteriormente, implementar mecanismos de prevenção e contenção.
Enquanto as ações de precaução não saem do papel, embarcações e empresas continuam de forma obstrusa, a despejar óleo no rio. Ao longo dos últimos dois anos, marítimos e usuários do porto de São Raimundo, Zona Oeste, convivem com a poluição do Rio Negro por óleo queimado, que é despejado diariamente nas águas.
Funcionários das embarcações que ancoram no porto afirmam que boa parte do poluente é jogada pelas balsas ancoradas na margem do rio. Porém outros frequentadores do local afirmam que são os próprios proprietários das embarcações os responsáveis pela poluição que, em alguns pontos, chega a criar uma “camada flutuante” de óleo.
O problema, segundo eles, se agravou após a retirada da base de fiscalização do Batalhão de Policiamento Ambiental do porto do São Raimundo, pois a vistoria deixou de ser permanente, o que tem colaborado com as constantes irregularidades.
Especialista
O biólogo Ismael Soares Ribeiro, ressalta que durante os trajetos das embarcações parte do óleo proveniente das embarcações é jogado diretamente nas águas sem qualquer tratamento, ocorrendo assim a contaminação de quilômetros de extensão pelo contaminante.
“Essa contaminação traz muitos problemas para os ecossistemas aquáticos e causa um mega desequilíbrio ambiental para milhões de comunidades de peixes, plantas aquáticas, mamíferos aquáticos, micro-organismos presentes nos rios e até mesmo o homem”, alertou Ismael Ribeiro.
Segundo o especialista, o óleo, quando derramado, fica retido na superfície da coluna d’água, limitando a penetração de luz, tendo assim um efeito direto na disponibilidade de oxigênio existente no meio aquático.
Busca rápida
‘Projeto UPA’ visa a preservação dos riosSensibilizado com a poluição na orla do Rio Negro e pensando em uma forma de amenizar parte desse dano ambiental, o empresário Mário Jorge Santiago, expôs em fevereiro deste ano o “Projeto UPA” (Unidade Fluvial de Proteção Ambiental).
A alternativa consiste no uso de duas (balsas) equipadas e que se deslocariam diariamente por toda orla da cidade com o início na Ponta Negra e término no Porto da Ceasa, com os serviços de coleta de óleos e lixo das embarcações, bem como o fornecimento de água potável.
No projeto, o destino final dos resíduos seria as empresas de reciclagem, de acordo com a legislação vigente.
Derramamento
Um acidente envolvendo a Petrobrás mudou a vida dos moradores de um vilarejo no Mauazinho, Zona Sul. Foi em 1999, quando uma tubulação que pertencia à estatal rompeu causando derramamento de óleo nos três lagos que rodeiam a vila. Uma ação foi movida contra a empresa para ressarcimento dos prejuízos.
Fonte:POrtal A Crítica/NÁFERSON CRUZ
PUBLICIDADE