Com o advento da política nacional de renovação da frota de petroleiros e de prospecção de petróleo em território brasileiro, a partir de 2005, o Porto do Rio Grande se tornou um ponto de interesse para o desenvolvimento de projetos de implantação de estaleiros. Desta forma, as principais áreas de expansão das operações portuárias passaram a ser ocupadas, exigindo o reestudo do planejamento de espaços e a busca de novos locais para sustentar o crescimento do porto.
"Fomos buscar soluções fazendo o estudo das possibilidades de expansão, já que as áreas do Superporto se encontram praticamente esgotadas", diz o superintendente do Porto do Rio Grande, Dirceu Lopes.
Surgiu então a ideia da utilização da Ilha do Terrapleno Leste, área situada em frente ao Porto Novo, ocupada há décadas pela Marinha do Brasil, com as instalações do 5º Esquadrão de Helicópteros, a Estação Rádio da Marinha e o Serviço de Sinalização Náutica do Sul.
Lopes diz que o Projeto “Ilha do Terrapleno Leste” prevê a implantação de uma nova zona portuária, projetada para um múltiplo uso de cargas. Ele explica que o projeto deverá passar ainda por muitas etapas que envolvem estudos de solo e hidrodinâmicos, entre outros. "A ilha deverá dobrar de área e este ganho se dará através de aterramento. Com os estudos concluídos teremos condições de apresentar o projeto estruturado", afirma o superintendente.
Dos seus atuais 920 mil metros quadrados, a Ilha do Terrapleno deverá ficar com uma área de 1.800 mil metros quadrados. A ideia, de acordo com Lopes, é utilizar os sedimentos retirados das dragagens para fazer o aterro em torno da ilha. "O uso dos sedimentos serviria para diminuir os custos de dragagem, pois o descarte do material deixaria de ser feito a 24 milhas da costa, o que reduziria muito valor pago pelo serviço.
Para uma capacidade estimada de 16 berços de atracação, distribuidos em sete mil metros de cais e com 14 metros de profundidade, a obra deve custar em torno de R$ 4 bilhões. O projeto prevê a ocupação da área com uma diversidade de operações: contêineres, granéis sólidos (grãos e minérios), granéis líquidos, automotivos, turismo, lazer e serviços portuários. Serão quatro setores de trabalho: Setor de Logística e Estocagem, Setor de Controle de Tráfego e Administração, Setor de Turismo e Setor de Administração e Manejo Ambiental (Zona Verde). De acordo com o projeto, o acesso permanente à ilha será feito pela extremidade norte através de ponte rodoferroviária.
Implantação
o projeto da Ilha do Terrapleno Leste será desenvolvido em partes, fazendo a implantação de diferentes terminais em etapas diversas A partir do interesse dos investidores e de acordo com a legislação brasileira, será desencadeado o processo licitatório para o arrendamento de cada área. Esse processo se inicia com as devidas autorizações da SEP e Antaq e a criação do Edital de Licitação. O superintendente do Porto explica que o investimento será através de Parceria Público-Privadas (PPP), com concessão por 25 anos renováveis por mais 25 anos. "Desde o ano passado, já tivemos a visita de cerca de 10 investidores interessados em conhecer o projeto", afirma Lopes, lembrando que se trata de trabalho a ser implantado a médio e longo prazo e que passará por várias etapas.
"É preciso viabilizar a sustentabilidade técnica, econômica e ambiental do projeto, mas sem dúvidas, ele será fundamental para tornar o Porto do Rio Grande mais competitivo, consolidando-o como um porto concentrador de cargas". O projeto estará dentro dos requisitos exigidos pelo Programa de Gerenciamento Ambiental do Porto do Rio Grande, com a supervisão do Ibama. Mais informações sobre o Projeto “Ilha do Terrapleno Leste” podem ser obtidas pela internet no endereço www.portoriogrande.com.br/ilhaterraplenoleste/ .
Fonte: Jornal Agora (RS)/Hamilton Freitas
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