Apesar da pandemia, companhia fechou o ano com melhora de desempenho e crescimento de 15% na receita líquida, em comparação com 2019
O lucro líquido da Kepler Weber chegou a R$ 67,7 milhões em 2020, com margem líquida de 10,1%, um aumento de 3,6 pontos percentuais, na comparação com 2019, quando registrou R$ 37,6 milhões, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (24). A companhia, especializada em soluções para armazenagem de grãos e movimentação de granéis, listou alguns fatores que influenciaram positivamente os resultados da empresa, líder neste segmento na América Latina.
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A planta industrial de Panambi (RS) foi paralisada em abril, para que a empresa fizesse adequações, seguindo protocolos de segurança. Mas apesar da pandemia houve expansão dos negócios, principalmente a partir de julho, com boas condições de financiamento pelo Programa para Construção e Ampliação de Armazéns, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), construção de uma carteira de clientes saudável, depreciação do real, aumento da confiabilidade dos importadores de grãos e carnes, além da valorização das commodities.
Segundo o relatório, no quarto trimestre a receita líquida cresceu 38,3%, alcançando R$ 248,1 milhões, ante os R$ 179,4 milhões de igual período do ano anterior. Em 2020, a receita líquida bateu R$ 671,2 milhões, 15% maior que os R$ 583,5 milhões de 2019.
O EBITDA, lucro antes dos descontos de impostos, juros, amortizações e depreciações, cresceu 30,5% ao longo de 2020, performando em R$ 108,8 milhões, com margem de 16,2%. Este resultado, segundo o relatório da empresa, ocorre em função da melhora do nível de atividade, de ações internas para reduzir custos e despesas e pela recuperação de créditos tributários após a exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do PIS e da Cofins, no segundo trimestre de 2020. Neste caso, o valor recuperado em tributos foi de R$ 21 milhões.
O balanço de desempenho também destaca a melhora do capital de giro da empresa, "impulsionado pelo maior nível de adiantamentos dos clientes, como reflexo da boa qualidade da carteira. Por conta disso, as disponibilidades foram impactadas positivamente, encerrando dezembro com saldo bruto de R$ 281,5 milhões, contribuindo para a robustez financeira da companhia".
Mercados
A receita líquida de armazenagem, referente ao mercado interno, cresceu 38,7% em relação ao mesmo período de 2019, totalizando R$ 165,1 milhões, ante os R$ 119 milhões do ano anterior. No acumulado do ano, o saldo foi positivo em 2,5%, somando R$ 423,8 milhões.
"As receitas de armazenagem cresceram 110,9% no 2º semestre de 2020, desempenho tal que permitiu compensar os baixos faturamentos nos meses de março, abril e maio, decorrentes de férias coletivas e redução da atividade fabril, como medidas preventivas para evitar a disseminação do Covid-19, bem como para adequar as plantas aos novos protocolos sanitários", aponta o relatório.
Já a receita líquida de exportações saltou 70,1% ao longo de 2020, se comparada com 2019, atingindo R$ 105,8 milhões, contra R$ 62,2 milhões do ano anterior. A companhia sinaliza melhora na competitividade do Brasil pela desvalorização do Real.
"Quando olhamos o crescimento, abatendo a variação cambial, chegamos a 30,6%, como resultado de novos pedidos nos países Paraguai, Peru, Equador e Uruguai", aponta o relatório.
A área de movimentação de granéis sólidos também registrou bom desempenho no 4º trimestre, com crescimento de 59,5% em relação ao período de 2019. O resultado, segundo a empresa, foi alcançado após entrega do projeto Rumo Terminal Rodoferroviário de Rio Verde (GO). Já no acumulado do ano, a receita líquida deste setor atingiu R$ 41,3 milhões, ante os R$ 35,6 milhões de 2019.
"No acumulado do ano, o aumento de 16% é explicado pela volatilidade nos volumes de faturamento, normais nesta área de negócio, onde as vendas são de grandes projetos que levam a períodos de concentração de faturamento", esclarece.
Aquisição
Além dos resultados positivos, a Kepler Weber também destaca no relatório ao mercado a compra da Seletron, especializada em equipamentos para seleção de grãos. No mercado desde 1967, a empresa usa "uma tecnologia que possui fortes sinergias com o atual portfólio da companhia", destaca. O anúncio da aquisição ocorreu no mês de novembro.