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Log Fashion investirá R$ 1 mi para crescer 50% este ano

São Paulo - A expansão da logística no Brasil começa a levar companhias do setor a atuarem em nichos inéditos. A moda, por exemplo. Criada em julho de 2010 com um aporte de R$ 1 milhão da TecniExpress (empresa com 6 anos de atuação no mercado têxtil), a Log Fashion propõe-se a chamar para si todo o trabalho de uma fabricante/vendedora de roupas e acessórios que não esteja diretamente ligado às atividades-fins da mesma. Neste ano será investido outro R$ 1 milhão na companhia, que espera crescer 50% no período ancorada no boom da indústria nacional de moda. Desde seu surgimento, a empresa já conseguiu dobrar o faturamento.

A companhia transporta, embala, armazena, recebe o produto em portos ou aeroportos e o despacha, cataloga e até mesmo faz a logística reversa das peças, se for preciso. Hoje, a Log Fashion conta com 110 funcionários, frota de veículos própria e um centro de armazenagem e distribuição de 10 mil m² em Carapicuíba, na grande São Paulo. Também faz transporte por via aérea. "Tenho certeza que nos próximos anos a terceirização da logística será um diferencial estratégico para todas as empresas do setor", afiança Marcelo Flório, CEO da organização.

Sazonalidade

Foi a crise dos subprimes, na virada de 2008 para 2009, que deu o pontapé inicial na tendência de terceirização da logística por parte do varejo têxtil, aqui e no exterior. Isto porque ela provocou fusões e aquisições de grandes grifes umas pelas outras, tornando muitos centros de armazenagem e distribuição supérfluos. A solução foi vendê-los a empresas de logística, as quais começaram a prestar seus serviços aos magazines.

Outro fator é a sazonalidade característica da moda. Com o tempo as empresas perceberam que, por ocasião das trocas de coleções, seus armazéns ficavam sem uso e grande parte de sua mão de obra, parada. Para evitar estes desperdícios, muitas optaram por terceirizar sua logística.

"Atualmente a necessidade de nossos serviços por parte do segmento têxtil está crescendo muito, principalmente em virtude da profissionalização do setor", revela Flório. "As fusões e aquisições de grifes nacionais e a vinda das internacionais para o Brasil geraram demanda por eficiência organizacional, foco no core business e na redução de custos vinda das marcas. Isto, mais as perspectivas de crescimento econômico do País e consequente aumento do consumo, faz com que hoje a procura por serviços logísticos no setor seja bem maior do que a oferta."

Franquias

A Log Fashion conta no momento com clientes tais como as lojas Besni, a fabricante de peças íntimas Zorba e as Sandálias Havaianas. E também com a argentina La Martina, que produz e comercializa roupas esportivas no mundo todo.

Surgida há cerca de 30 anos para vender uniformes especiais para a prática de polo (um esporte equestre), a empresa traz da Argentina a maior parte do que vende no Brasil. E a Log Fashion é responsável por todo o processo, desde o transporte do País vizinho para cá das peças até a distribuição das mesmas para os pontos de venda da La Martina espalhados pelo território.

"Segundo nossos cálculos, terceirizar a logística rendeu uma economia de 18% para a operação local da La Martina", afirma Tómas Lanzillota, diretor Executivo da marca. Aliás, a expansão via franquias, que está sendo tentada pela empresa no Brasil, só está se mostrando viável porque a logística de tudo está entregue em mãos especializadas, acrescenta Lanzillota.

Desembaraço

Flório justifica o otimismo com que encara o futuro de sua empresa: "No mercado de moda, estilistas e donos de grandes grifes não costumam ter sucessores diretos. Eles precisam, então, buscar profissionais de fora da empresa que garantam o funcionamento de tudo quando eles não estiverem mais presentes. E é neste sentido que a Log Fashion trabalha", explica ele, que já teve passagens por companhias como Crawford, Triton, Forum e Siberian - sempre cuidando da logística das mesmas.

Mas há problemas: "São altíssimos os encargos sobre a mão de obra e transporte interno no Brasil. Há também as más condições das rodovias e os baixos investimentos em tecnologia da informação", lamenta o CEO. "Outro entrave ao processo logístico são nossas áreas retroportuárias, que precisam ter sua capacidade de armazenagem de contêineres ampliada e serem desburocratizadas. Na Inglaterra, por exemplo, o tempo de desembaraço nos portos é medido em horas, enquanto no Brasil leva dias." São desafios a serem vencidos para que a moda brasileira passe a gerar não mais só grandes estilistas, mas também grandes indústrias nacionais do setor, capazes de competir a nível global.

Fonte: DCI/Alex Ricciardi






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