Recém instalada no Estado, a Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria (Cambici) está captando empresários gaúchos dos setores de alimentos, moda e higiene pessoal para participarem de uma missão da entidade em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A meta é que, em novembro deste ano, 20 exportadores brasileiros desembarquem em Israel para participar de rodadas de negócios com importadores daquele país.
De acordo com a diretora executiva da Cambici, Adriana Finzi, o volume de exportação de produtos brasileiros para Israel ainda é baixo. Do Rio Grande do Sul, por exemplo, são enviados em maior abundância plásticos, materiais de borracha e petroquímica, além de sucos e alimentos -, mas o montante não chega a US$ 10 milhões/ano para cada item.
A dirigente esteve em Porto Alegre acompanhando o presidente da entidade, Jayme Blay, que esteve reunido com o secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Rio Grande do Sul, Mauro Knijnik, e com o presidente do Badesul, Marcelo Lopes, a fim de fomentar os negócios bilaterais entre o Estado e Israel.
“Queremos não somente embutir a tecnologia israelense e aumentar a capacidade de produção agrícola do Rio Grande do Sul, mas também divulgar nosso interesse em ampliar a exportação gaúcha de produtos finais”, frisa Adriana.
Blay lembrou que a renda per capita de Israel é superior à da Comunidade Europeia, ficando acima de US$ 30 mil. “Como não produz praticamente nada - por ser um país pequeno e com escassez de recursos materiais -, Israel importa quase todos os produtos, isso representa mais de US$ 100 bilhões por ano”, observa o dirigente. E o Brasil tem uma série de mercadorias que podem ser vendidas àquele país, desde as fabricadas pela indústria têxtil, passando por plásticos até produtos químicos.
“No caso do Rio Grande do Sul, os fabricantes de produtos mobiliários também podem se beneficiar”, pontua o presidente da Cambici. Blay afirma que a “cereja do bolo” desses negócios fica por conta da redução de tarifas entre o Mercosul e Israel.
O dirigente admite que ainda há um desequilíbrio na balança comercial, uma vez que, enquanto os produtos brasileiros já tiveram essas onerações reduzidas a quase zero, do lado “de lá” o abrandamento das tarifas de mercadorias ainda ocorre de forma mais lenta.
“No entanto, se o Brasil compra tecnologias de alto padrão para melhorar e agregar qualidade a seus produtos, estará fortalecendo a exportação dos mesmos não só para Israel, mas para outros mercados”, argumenta Blay, ao defender que há benefícios na relação. “É difícil fazer a conta das correntes de comércio que já ocorrem entre os dois países”, completa o dirigente, garantindo que não “é pouca coisa”.
Segundo ele, além de diversos itens que beneficiam o setor agrícola, Israel ainda exporta para o Brasil tecnologias sofisticadas, principalmente quando se fala em reúso da água, questões de segurança e equipamentos voltados à área de Medicina.
Ao visitar o Estado, os dirigentes da Cambici não só divulgaram a intenção de impulsionar a exportação para Israel, mas também de buscar ampliar a importação dessas tecnologias para diversos setores brasileiros e do Rio Grande do Sul.
Em abril, o governador Tarso Genro também esteve em Israel para viabilizar aos produtores gaúchos a aquisição de tecnologias que ajudem nas áreas de irrigação, sementes adaptáveis ao solo e controle de pragas na agricultura. A compra será feita com financiamento do Badesul e BRDE.
De acordo com o diretor regional da Cambici, Sebastian Watenberg, agora a entidade busca detectar outras demandas do Estado que possam ser beneficiadas com a tecnologia israelense.
Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Adriana Lampert
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