O relatório sobre granéis avaliou dados de 53 instalações, mas apenas 37 forneceram informações para eficiência, custo de movimentação e tempo de espera para atracar. Outro ponto de corte que o Coppead estabeleceu para fazer o ranking foi movimentação mínima de 1 milhão de toneladas por ano, o que reduziu o universo para 22 terminais.
Também no caso dos granéis, aumentaram os volumes e a frequência das embarcações de 2007 para 2008. Na média, os operadores manejaram 7% a mais de cargas (chegando a 5,6 milhões de toneladas) e as atracações saltaram 17,8% - média de 164,91 cargueiros atendidos por instalação no ano inteiro.
Mas, diferentemente do que ocorreu com os contêineres, houve queda na eficiência de escala dos terminais de grãos em quase todas as regiões do país. O levantamento aponta que o declínio veio acompanhado do aumento dos custos e da espera média para atracar o navio, reflexo do crescimento da movimentação verificado na maioria das instalações.
"A saída é inovar, aumentar a produtividade. É evidente que há regiões onde são necessários mais portos. Só no Rio de Janeiro existem seis ou sete projetos para terminais privativos (que não precisam passar por licitação). Vamos ter excelente oferta de novos portos no Sudeste, o problema maior é na regiões Norte e Nordeste", diz o presidente da ABTP, Wilen Manteli.
Em 2007, a média geral de eficiência foi de 64,60%, com espera para um navio atracar de 64,09 horas. Em 2008, o índice caiu para 54,75% e a espera aumentou para 76,49 horas. Mas o atraso para atracar nos terminais privativos e privados foi muito maior do que para operar no cais público: 95,54 horas na média, mais que o dobro do tempo gasto para o navio parar no cais público.
"Acredito que isso se dá por uma questão de demanda, que tende a ser maior onde os custos são menores e a eficiência é maior. Provavelmente deve haver um efeito cruzado nesses indicadores: maior movimentação leva a mais eficiência de escala e menores custos de movimentação, que por sua vez acaba atraindo mais demanda. Num cenário com diversos gargalos para expansão, essa demanda adicional acaba virando fila de espera. Um planejamento adequado da infraestrutura no longo prazo evitaria esse tipo de efeito", avalia o professor Peter Wanke.
Fonte: Valor Econômico/ FP/| Para o Valor, de Santos)
PUBLICIDADE