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Movimentação no Porto de Paranaguá cresce 41,77% no primeiro bimestre

O desempenho das operações pelo porto de Paranaguá, nos dois primeiros meses de 2010, sinaliza um ano promissor para o comércio internacional. A movimentação de cargas teve um aumento de 41,77% em relação ao total movimentado no mesmo período do ano passado. Segundo levantamento preliminar do Setor de Estatística da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), em todos os segmentos, o resultado foi positivo, o que reafirma o potencial do porto paranaense como segundo maior complexo multicargas do Brasil.

As operações com carga geral no porto de Paranaguá tiveram crescimento de 36,75% no primeiro bimestre deste ano, na comparação com igual período de 2009. Desempenho semelhante tiveram os granéis sólidos, registrando alta de 41,32%. Nas movimentações de granéis líquidos, o aumento foi ainda mais expressivo: 56,76%. No entanto, foi o segmento de veículos que apresentou o melhor resultado: as operações de embarque e desembarque cresceram 128,35%. A movimentação de contêineres também apresentou crescimento de 10,28%.

De acordo com o superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, a tendência é de que o desempenho da movimentação pelo Porto de Paranaguá, tanto de saída como de entrada de cargas, mantenha patamares elevados de crescimento no decorrer deste ano. “O desempenho positivo não é resultado, apenas, de um cenário mais favorável na economia mundial. Os investimentos realizados nos últimos anos nos dão uma posição privilegiada de competitividade”, apontou.

Um dos mais recentes investimentos realizados pelo governo do Estado, por meio da Appa, foi a dragagem no Canal da Galheta, que dá acesso aos portos de Paranaguá e Antonina. Foram investidos R$ 29,3 milhões no projeto de dragagem, que devolveu ao canal a profundidade de, pelo menos, 15 metros em seis quilômetros de extensão, permitindo que a Capitania dos Portos do Paraná restabelecesse o calado de 12,5 metros para navegação.

Os resultados dessa intervenção puderam ser percebidos já no final de 2009. Em janeiro deste ano, 181 navios acessaram o Porto de Paranaguá, sendo que 28% tinham capacidade de carga superior a 45 mil toneladas. Os dados de fevereiro sobre a movimentação de embarcações ainda não estão consolidados, mas o que se observa com o início do embarque da safra, é a atracação de um número expressivo de grandes navios graneleiros.

Para o gerente-geral da Companhia Brasileira de Logística S/A (uma das principais exportadores de grãos por Paranaguá), Washington Viana, a programação de embarcações, com capacidade para 60 mil toneladas, para atracar no Porto de Paranaguá é um indicativo de que o complexo dispõe de infraestrutura marítima para atender os grandes navios graneleiros e, também, de que haverá um crescimento forte nos embarques de grãos este ano, principalmente, da soja.

Viana estima um crescimento de 30% nas exportações de soja pelo Porto de Paranaguá. Segundo ele, o aumento de 20% nos embarques se daria pelo acréscimo no volume carregado pelos navios que, antes da dragagem, não deixavam o porto com carga plena. Os 10% restantes seriam um aumento em função da recuperação da demanda externa e da estimativa de safra recorde.

A expectativa, segundo Viana, é de que haja, inclusive, uma inversão dos prêmios em relação ao Porto de Santos, isto é, as bonificações dadas pelos armadores (donos dos navios) poderão ser mais vantajosas em relação ao complexo paulista, considerando a melhor infraestrutura marítima e logística. “Isso vai depender de termos uma produtividade boa no decorrer do embarque da safra. Portanto, temos que trabalhar bem nossa logística interna de porto”, afirmou o executivo.

Os portos do Paraná podem quebrar novo recorde, este ano, superando as 38 milhões de toneladas movimentadas em 2007. Em 2008, as exportações e importações pelos complexos paranaenses somaram 33 milhões de toneladas e, no ano passado, mesmo em meio à crise mundial, mais de 31,4 milhões de toneladas foram movimentadas. A expectativa segundo o superintendente da Appa é de que os portos superem a casa das 40 milhões de toneladas e ampliem para, pelo menos, 10% sua participação na balança comercial brasileira. (da Redação)

 


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