Vai mudar a Direção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). O POVO apurou que o atual presidente da empresa, Marcos Chiorboli, ficará no cargo apenas até fevereiro. Ele será substituído por outro executivo a ser nomeado pela Vale, a sócia majoritária. Ontem, era forte no mercado o rumor de que irá assumir como gestor da área jurídica (General Counsel) da empresa o advogado cearense Newton Assunção, ex-Del Monte (agronegócio) e ex-Diageo (de bebidas, dona da Ypióca). Newton não foi localizado.
Não deverá haver mudanças nos nomes do diretor técnico, indicado pela sócias Dongkuk, e de Operações, definido pela outra parceira, a Posco, ambas sul-coreanas. As reuniões do Conselho de Administração das CSP acontecem em Fortaleza, Lisboa e Seul (Coreia do Sul) – sede da Posco e Dongkuk. Lisboa é sede por ser ponto mais equidistante para os executivos das matrizes sul-coreanas e brasileira. A reunião na qual o martelo deverá ser batido está prevista para Fortaleza. A Vale detém 50% da CSP. Dongkuk tem 30% e os 20% restantes são controlados pela Posco.
A se confirmar o nome de Newton, ele terá como uma das missões, além de comandar a área jurídica, assumir futuras mesas de negociações com os trabalhadores da usina. Uma fonte afirmou que pesou para a decisão da Vale de mexer no time da CSP a greve de duas semanas dos trabalhadores das obras da usina, encerrada na última sexta-feira.
Os cinco mil funcionários foram liderados pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústria na Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem Geral do Estado (Sintepav) e alegavam descumprimento de Acordo Coletivo de Trabalho. No rol de motivos, apontavam ainda atraso no pagamento de 13º salário, de rescisões contratuais, o suposto não-pagamento de produtividade e a falta de alguns equipamentos de segurança, entre outros.
Durante o impasse com os trabalhadores, a Posco divulgara nota na qual afirmava que a exigência de adicional de periculosidade para todos os empregados não condizia com o laudo de inspeção de cada subcontratada, para o atual estágio da obra. A empresa também conseguira liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na ação declaratória de abusividade da greve.
Peso
Quando em funcionamento, segundo cálculos do Governo do Estado, a CSP terá impacto de 48% no PIB industrial cearense. Na primeira fase, serão 3 milhões de toneladas de placas de aço fabricadas por ano, mas com capacidade instalada para produzir o dobro. Em julho de 2012, foram cravadas as primeiras das 35 mil estacas que darão sustentação para a usina, no fincadas as primeiras Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).
Na época o governador Cid Gomes festejava: “São US$ 4,5 bilhões só na parte de construção, gerando 17 mil empregos. E, quando concluída, serão 16 mil empregos diretos e indiretos. A Siderúrgica vai mudar a história econômica do Ceará”.
Fonte: O Povo (CE)/Jocélio Leal leal
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