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Obras da Copa seguem inalteradas sob ministério em crise, dizem empreiteiros

Diferente do que ocorreu no escândalo do Ministério dos Transportes, quando as denúncias de irregularidades que levaram a queda do então ministro Alfredo Nascimento (PR-AM) paralisaram a construção e reforma de rodovias e ferrovias, as acusações contra o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), não devem afetar as obras da Copa do Mundo de 2014, avaliam empresas envolvidas com as obras.

"Para a construção de estádios, não tem problema nenhum. A maioria das obras são feitas por PPPs [Parcerias Público-Privadas] com os governos estaduais, sem influência do Ministério do Esporte", afirma o presidente da Associação Brasileira de Equipamentos e Manutenção (Sobratema), Afonso Mamede, também diretor de equipamentos da Odebrecht, que toca obras em quatro estádios: Corinthians (SP), Maracanã (RJ), Fonte Nova (BA) e Arena (PE).

Segundo o documento compartilhado pelos três entes federativos, o governo federal é responsável pelas intervenções nos aeroportos e portos do país. A União não executa as obras de infraestrutura, mobilidade urbana e construção dos estádios, mas pode ajudar com financiamento.

O auxílio ocorre por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que disponibilizou crédito de R$ 4,8 bilhões para os estádios. Os governos estaduais ou empresas participantes das PPPs puderam financiar até 75% do custo das arenas, limitado a R$ 400 milhões (o que for menor) por projeto.

Já o Ministério do Esporte recebeu a tarefa de coordenar o Comitê Gestor da Copa de 2014 (CGCOPA), grupo que estabelece as metas e fiscaliza as ações para o evento, e representar o governo nas negociações com a Fifa e o Comitê Organizador Local (COL), da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A função desgastou Silva com ambas as entidades, devido a posição do governo de não ceder na Lei Geral da Copa. "Se mudar o ministro [do Esporte], não faz muita diferença do ponto de vista das obras, elas irão continuar no cronograma", diz Mamede.

O controle de Orlando Silva sobre as verbas do evento parece mais mitigado do que o do ministro dos Transportes sobre as obras da Pasta, que geraram denúncias de fraude em licitações e cobrança de propina por integrantes do PR. Nascimento nega as irregularidades.

Segundo o diretor regional da ULMA Construcción em São Paulo, Marcos Ramos, há receio quanto ao desenrolar das denúncias, mas até agora elas não afetaram os negócios. "Talvez por ser algo recente e não ter relação direta com a Copa, ainda não tenha surtido efeito", afirma.

A empresa fornece vigas, andaimes e fôrmas de escoramento para a construção do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e das arenas de Pernambuco e Bahia. "Temos um certo medo de pararem as obras, como ocorreu com o Ministério dos Transportes. Mas, como é um evento grande e de muita visibilidade, acho difícil", opinou.

Pesquisa da Criactive Exit8 mostra que os projetos de investimentos em infraestrutura esportiva do país chegaram a R$ 14 bilhões em 2011, crescimento de 56% em relação ao ano passado, mas que o número de obras caiu de 61 em 2010 para 59 neste ano. Segundo a consultoria, o aumento ocorreu pela revisão dos preços.

(Fonte:Valor Econômico/Raphael Di Cunto | De São Paulo






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