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Paranaguá recebe primeira importação de soja em 10 anos

Um navio com 30,5 mil toneladas de soja produzida nos Estados Unidos chegou na última sexta-feira (27) à área do porto de Paranaguá (PR), de acordo com sistemas de monitoramento de embarcações, marcando a iminente entrega de uma rara compra feita na América do Norte em meio à oferta reduzida.

Neste ano, o Brasil vendeu grandes volumes de soja para a China, maior importadora global da oleaginosa, o que fez com que sobrasse pouco para o consumo doméstico. A situação resultou em um valor recorde em reais da matéria-prima para a ração, ajudando a impulsionar a inflação dos alimentos no país.


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A autoridade portuária disse que o navio Discoverer, que já se encontra ao largo do porto, trará a primeira carga de soja importada via Paranaguá em pelo menos uma década.

A embarcação deve atracar entre 7 e 15 de dezembro e será inspecionada antes de descarregar a um ritmo de 6 mil toneladas por dia.

O Discoverer foi afretado pela Louis Dreyfus, segundo dados de agências marítimas. Sua chegada representa uma mudança de paradigma para o Brasil, o maior produtor e exportador global de soja.

Embora seja uma quantidade pequena para os padrões comerciais globais, as 30,5 mil toneladas são o maior volume de soja dos EUA comprado pelo Brasil desde 1997.

Em 16 de outubro, o Brasil suspendeu temporariamente as tarifas de importação de soja de fornecedores fora do Mercosul.

O país deve importar 1 milhão de toneladas em 2020, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), maior volume ao menos desde 2008.

A maior parte já foi desembarcada no país, uma vez que as importações de janeiro a outubro somaram 625,5 mil toneladas de soja, segundo dados do governo, com países do Mercosul dominando a oferta —o Paraguai forneceu 589 mil toneladas, seguido pelo Uruguai (36,3 mil toneladas).

O volume total importado se compara a apenas 125 mil toneladas no mesmo período do ano passado.

RISCOS
A importação de soja geneticamente modificada dos EUA pelo Brasil pode acarretar riscos regulatórios, considerando que os dois países tratam de forma diferente a aprovação de sementes transgênicas, afirmou à Reuters a Abiove, que defende a sincronização das autorizações entre os dois países para eliminar qualquer incerteza.

Por exemplo, sementes geneticamente modificadas resistentes a herbicidas como o glifosato e a insetos como as lagartas são permitidos no Brasil e nos EUA. Mas os chamados eventos transgênicos são aprovados conjuntamente no Brasil e separadamente nos EUA.

No início de novembro, o Brasil reconheceu a equivalência de eventos transgênicos aprovados nos EUA e no Brasil, visando dar segurança jurídica aos importadores.

Fonte: Folha SP






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