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Pedro Brito defende novos investimentos nos portos, durante encontro de logística e transportes da Fiesp

O diretor-geral da ANTAQ, Pedro Brito, defendeu, na última quarta-feira (06), a efetivação de novos investimentos privados nas instalações portuárias brasileiras, durante sua participação no painel sobre a criação de um ambiente competitivo para o setor portuário, do 8º Encontro de Logística e Transportes – a hora do investimento privado, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp, na capital paulista.

Brito observou que, já nos próximos anos, o país precisará de uma logística de transportes e de portos mais forte e eficiente para acompanhar o rápido crescimento da sua corrente de comércio. “Em duas décadas, a corrente de comércio brasileira cresceu mais de dez vezes, saindo de US$ 45 bilhões, em 1990, para 482 bilhões, em 2011. Temos, portanto, que investir em logística, sob pena de freiarmos o nosso crescimento econômico”, destacou.

Para Brito, o novo marco regulatório dos portos, proposto na Medida Provisória nº 595, coloca o país no caminho da competitividade logística, fator essencial à sustentabilidade do crescimento econômico:

“A China é um exemplo da importância do investimento em portos. Há 20 anos, eles não tinham nenhum porto entre os maiores portos do mundo. Hoje, têm 13 entre os 20 maiores. Com isso, sua participação no comércio global cresceu de 2,7%, em 1994, para 9,9%, em 2011. Já a participação do Brasil se expandiu pouco nesse período, saiu de 0,9% para 1,3%. Por isso, precisamos continuar investindo em uma cadeia logística mais eficiente, utilizando sobretudo os modais de transporte ferroviário e hidroviário”, apontou Brito.

O diretor-geral da ANTAQ defendeu o uso das hidrovias como alternativa de menor custo e a adoção de caminhos logísticos mais eficientes para escoamento da produção de grãos do país. “Dispomos de dados que mostram que a saída de grãos do Mato Grosso pelos portos de taqui, no Maranhão, e Vila do Conde, no Pará, com o uso intensivo das hidrovias e ferrovias, reduz o custo do frete em, no mínimo, R$ 30, podendo chegar a R$ 120 por tonelada em relação ao que temos hoje saindo por Santos”, salientou.

Por fim, Pedro Brito apresentou um quadro comparativo entre o principal porto brasileiro e o Porto de Roterdã, o maior da Holanda e da Europa e, atualmente, o 10º em movimentação de cargas do mundo.

Segundo Brito, o porto holandês tem uma escala que dificilmente o maior porto brasileiro terá, pelo fato de Roterdã escoar grande parte das cargas que entram e saem do continente europeu. Portanto, enquanto Santos recebe 5,5 mil navios por ano, Roterdã recebe 33 mil navios; o porto brasileiro tem uma movimentação de 97 milhões de toneladas, e o porto holandês, de 434 milhões de toneladas - a metade de toda a movimentação anual do conjunto de portos e terminais portuários brasileiros.

De acordo com Brito, a diferença é ainda maior quando são comparados os investimentos das duas instalações portuárias. Enquanto o porto brasileiro investiu R$ 35 milhões em 2011, o porto europeu investiu R$ 1,150 bilhão. O resultado, segundo ele, reflete na produtividade: Roterdã movimenta 50 mil toneladas de carga por homem/hora; Santos, 11 mil toneladas por homens/hora.

Para movimentar quase 450 milhões de toneladas por ano, Roterdã dispõe de 1.220 funcionários. Já o principal porto brasileiro conta com 1.360 funcionários para movimentar bem menos. “Esses números dão uma ideia clara de que necessitamos promover uma mudança cultural nos nossos portos e investir para elevar a produtividade dos nossos funcionários”, observou.






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