O Porto do Rio de Janeiro terá uma área destinada a embarque de equipamentos e cargas do pré-sal da Bacia de Santos. A Companhia Docas do Rio vai licitar área equivalente a dois terços do terminal público do Porto do Rio para atividades offshore, disse ontem o presidente da companhia, Jorge Luiz de Mello, em entrevista sobre as comemorações o centenário do porto.
Segundo ele, a Petrobrás já realiza operações no porto, ainda como teste. Os departamentos jurídicos da Petrobrás e da companhia Docas estão avaliando os resultados e devem abrir licitação nos próximos meses.
A Petrobrás movimentou em torno de cinco mil toneladas de cargas nos dois meses de teste. Não há estimativa de volume, mas é provável que a estatal deverá usar também outros terminais para atender suas atividades no pré-sal, além dos já existentes e do porto do Rio.
"Certamente a demanda da Petrobrás será maior do que a capacidade que podemos oferecer", disse Mello, lembrando que o terminal de Angra dos Reis também está quase todo dedicado às mesmas atividades.
Ainda nesta etapa de testes, os suprimentos que estão passando pelo porto do Rio servem para atender a 12 plataformas de perfuração e exploração que estão atuando no pré-sal de Santos. O objetivo é que a área a ser disponibilizada atenda as necessidades de 28 plataformas do pré-sal de Santos até 2012. Segundo Mello, não haverá necessidade de remanejamento de cargas para abrir novas áreas, "Vamos usar capacidade ociosa, além de demolir alguns armazéns que antes eram utilizados para depósito de minério de ferro e que já foram destinados a outras áreas do porto", comentou.
Ainda não há estimativas sobre quanto será investido nesta nova atividade offshore do porto do Rio. Para os próximos quatro anos, o porto vai receber cerca de R$ 600 milhões em obras de modernização, que incluem a construção de um edifício garagem no terminal da Multicar, além do aterramento de uma área encostada no antigo estaleiro Ishibrás - hoje arrendado pela Petrobrás - para a construção de novos pontos de armazenamento de contêineres.
As estimativas são de que as obras permitam elevar em até seis vezes a movimentação de contêineres e em pelo menos 50% o embarque de veículos no Porto do Rio. Depois da queda na movimentação de cargas em 2009, em cerca 30% sobre o ano anterior, os portos do Rio de Janeiro deverão se recuperar em 2010 e devem fechar o ano bastante próximos aos volumes de 2008.
"Pela movimentação do primeiro semestre percebemos que há uma tendência de recuperação, mas ainda não de superação do volume movimentado em 2008", afirmou o presidente da Docas.
Ele lembra que também há estimativas de aumento no número de passageiros passando pelo porto nos próximos anos, devendo atingir a um milhão de turistas com a Copa em 2014, ante 500 mil no ano passado.
Fonte:RIO - O Estado de S.Paulo/Kelly Lima
PUBLICIDADE