De São Paulo - Quando estiver em pleno funcionamento, em meados do ano que vem, o Polo Petroquímico de Suape, em Pernambuco, vai produzir 700 mil toneladas de ácido tereftálico (PTA), por ano, principal matéria-prima para a produção de fios de poliéster, embalagens PET, filmes e outros elementos industriais. É a chance do Brasil de passar da condição de importador para a de exportador de fio de poliéster cru (POY).
Segundo Richard Ward, diretor presidente da Petroquímica Suape, das 700 mil toneladas produzidas de PTA, 600 mil serão utilizadas pela própria empresa, que vai fabricar 240 mil toneladas de filamentos têxteis e o restante de PET. A produção de filamentos têxteis vai se dividir entre 85 mil toneladas de fio de poliéster texturizado (DTY), 86 mil toneladas de fio de poliéster cru (POY), 55 mil toneladas de polímero têxtil e 14 mil toneladas de fio de poliéster texturizado com beneficiamento (FDY).
Hoje todo fio de poliéster cru (POY) consumido no Brasil é importado. Com o polo em pleno funcionamento, o Brasil vai se abastecer do fio (POY) e ainda terá condições de exportar cerca de 20 mil toneladas/ano. A produção de fio de poliéster texturizado (DTY) ainda não será suficiente para dar conta do mercado brasileiro, que deverá continuar a importar, por ano, cerca de 40 mil toneladas.
O Polo de Suape, lançado pela Petrobras em fevereiro do ano passado, é composto pelas empresas Petroquímica Suape e Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), com o objetivo de criar uma cadeia nacional de produção de poliéster. O Polo teve investimentos de R$ 2,4 bilhões.
Os resultados de Suape serão tema do painel "Brasil como produtor de fibras sintéticas baseado nas recentes descobertas do Pré-Sal", que será exibido durante o congresso da International Textile Manufacturers Federation (ITMF), de 17 a 19 de outubro, em São Paulo. O evento, considerado o maior fórum internacional da indústria têxtil, ocorre pela terceira vez no Brasil (as outras foram em 1922 e 1994). A ITMF é uma instituição de mais de 100 anos e dela fazem parte as principais associações têxteis de mais de 30 países. A cada ano, os temas mais relevantes do setor são debatidos em uma reunião mundial em um dos países membros. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) é co-responsável pela realização e coordenação do evento em 2010, junto com a ITMF. (V.B.)
Fonte: Valor Econômico
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