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Porto catarinense prevê faturar R$ 250 milhões

SÃO PAULO - O porto santista pode ser o maior da América Latina, mas o que tem chamado mais a atenção do setor neste começo de ano é o Portonave, terminal portuário da cidade de Navegantes (SC) que se posiciona como uma nova rota para o comércio exterior, com destaque na transação de eletroeletrônicos a peças de vestuário. Mesmo depois de ter sofrido com as enchentes que assolaram a região em 2008, o Portonave prevê crescer este ano 73% em relação ao ano passado, com expectativa de faturar em torno de R$ 250 milhões, ante os R$ 144 milhões contabilizados em 2009.
Mês passado, o terminal com 900 metros de extensão movimentou 37.756 mil TEUs (unidade de medida de capacidade que equivale a um contêiner de 20 pés), crescimento de 175% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2009, recebeu 621 navios, quase o dobro de 2008, quando hospedou 302. "Este ano pretendemos movimentar cerca de 50% a mais de TEUs em relação ao ano passado e operar normalmente, apesar das obras de dragagem que possivelmente serão iniciadas ainda em 2010", comentou o diretor superintendente administrativo do Portonave, Osmari de Castilho Ribas, em entrevista exclusiva ao DCI.
A entrevista foi concedida antes de a empresa entrar em período de silêncio - fato anunciado na ultima sexta-feira (19) pela Triunfo Participações e Investimentos S.A, acionista da Portonave. Formado pela Triunfo Participações e Backmoon Investments Inc, o Portonanve contabiliza, desde outubro de 2007, quando começou a operar, a marca de 1.000 navios atracados, e aproximadamente 690 mil TEUs movimentados. "Atingimos a marca de mil navios atracados dia 5 de fevereiro, 27 meses após o início das operações do terminal. Estamos em um crescimento constante do número de escalas, o que nos deixa muito confiantes para este ano", disse o diretor.
Outro resultado expressivo do terminal de Navegantes é o de janeiro deste ano, em que houve crescimento de 335% no número de contêineres movimentados vindos do exterior, em relação a janeiro de 2009. Apesar do aumento, as importações de janeiro representaram 28% das movimentações da Portonave, contra 36% em exportações. "Torcemos por um ano mais tranquilo, aí a partir desse cenário podemos fazer previsões futuras", frisou o superintendente do terminal.
Castilho acredita que o terminal tem apresentado um aumento gradual do número de escalas, e em 2009, as atracações cresceram 106%, frente a 2008 - registrando em média dois navios por dia. "Temos uma ótima infraestrutura e a qualidade de nossos serviços nos garante o posto de os melhores da região. Temos condições para competir com os principais portos da região", emendou Castilho.
Investimentos
A exemplo do Porto de Santos, que pretende triplicar seu crescimento até 2025, conforme as recentes declarações do ministro dos Portos, Pedro Brito, em relação às obras de dragagem que ampliarão a capacidade de calado do porto, permitindo atracar navios de até 9 milhões de TEUs, Castilho comentou que as obras para dragagem do terminal catarinense, que também contarão com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), poderão começar ainda este ano porque os estudos e a licença prévia já foram adquiridos.
"A nosso favor está a garantia do governo federal de que vai liberar os recursos para a dragagem no canal de acesso ao complexo portuário do Rio Itajaí-Açu, que deverá atingir, assim, profundidade de 14 metros", comentou Castilho.
Atualmente, o terminal conta com um calado (designação dada à profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação) de 10,50 metros de profundidade; depois das obras de dragagem, que custarão aproximadamente R$ 60 milhões, o terminal espera atingir 14 metros e atracar navios de até 5,5 mil TEUs. "A Portonave custeou os estudos que viabilizam a dragagem, fundamental para que o complexo tenha profundidade condizente com o tamanho dos maiores navios que estão na costa brasileira", disse Osmari.
Além desses investimentos previstos, o terminal pretende restaurar até o fim deste ano a sua câmara frigorífica, que sofreu um incêndio em novembro de 2009 e ainda não tem os estudos dos danos concluído. "Em ordem de grandeza, acredito que a reconstrução custará em torno de R$ 30 milhões, mas só saberemos com certeza no próximo semestre", lamentou Castilho.
O Portonave investiu cerca de R$ 50 milhões na construção do Iceport. A câmara frigorífica tinha capacidade para armazenar 18 mil toneladas de mercadoria, e havia sido inaugurada em agosto de 2008. No momento do incêndio, o local estava com 14 mil toneladas de produtos congelados, principalmente carnes de ave, bovina e suína.
Prejuízos
Além da crise econômica mundial que afetou o mundo em 2009 e do incêndio na câmara frigorífica Iceport, o terminal enfrentou problemas com o assoreamento do canal de acesso ao complexo portuário do Rio Itajaí-Açu, causado pela enchente de novembro de 2008.
Segundo Castilho, a capacidade do calado era de 12 metros e ficou com aproximadamente 10 metros após o incidente. "Mesmo com a dragagem já realizada, o porto ainda não conseguiu atingir a profundidade desejada. Por isso os estudos para a nova dragagem", relembrou ele.
A dragagem para recuperação após a enchente vista em novembro começou em janeiro do ano passado e recebeu R$ 26,2 milhões do governo federal. O contrato foi firmado por volume dragado, e foi finalizado em abril do mesmo ano pelo Consórcio Draga Brasil. Entretanto, a dragagem não atingiu a profundidade anterior à enchente, e o canal externo, no mar, que possuía 12 metros, tem pontos com 10,5 metros. "Nos últimos três meses do ano passado, quando voltamos a operar com as boas condições de calado, após o término do serviço de dragagem, contabilizamos em média 50 mil TEUs por mês", finalizou Castilho.(Fonte: DCI/Daniel Popov)






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