Integrante do patrimônio histórico de Manaus, local encontra-se com diversos problemas em sua infra-estrutura. Obra de revitalização, que custará R$ 71 milhões e deveria estar pronta para a Copa do Mundo, segue num ritmo considerado lento pelos usuários
Uma disputa judicial entre a empresa Porto Privatizado de Manaus, da família De´Carli, e o governo atrasou as melhorias prometidas para o Porto de Manaus
Uma disputa judicial entre a empresa Porto Privatizado de Manaus, da família De´Carli, e o governo atrasou as melhorias prometidas para o Porto de Manaus (Luiz Vasconcelos )
Buracos na pista, sinalização precária e lixo são alguns dos problemas que o turista que desembarcar no Porto de Manaus durante a Copa do Mundo terá de enfrentar. A placa com informações sobre a obra, fixada na entrada do porto, informa que ela foi iniciada em novembro do ano passado e custará R$ 71 milhões aos cofres públicos da União.
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Para os usuários que diariamente precisam enfrentar os problemas do local, a obra segue em ritmo lento e não ficará pronta até o começo do mundial de futebol, em 15 de junho. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Navegação do Estado do Amazonas, Claudomiro Carvalho Filho, nada tem sido feito para melhorar a estrutura e mesmo as embarcações vindas do interior, que diariamente precisam atracar no porto, passam por problemas nas operações de embarque e desembarque de cargas e passageiros.
De acordo com o presidente, as embarcações precisam pagar taxa de atracação, energia, coleta de lixo, acesso dos veículos de carga e de passeio, além dos passageiros que pagam para embarcar no porto. Somente a taxa de atracação e a energia custam R$ 450 por dia. “A energia elétrica, que os próprios usuários pagam para ter, não é constante e por conta disso é necessário utilizar o motor de luz da embarcação, o que gera mais custo, pois precisa de combustível para funcionar”, disse o presidente.
Natural do Município de Humaitá (a 600 quilômetros de Manaus, o autônomo Raimundo Silva conta que todos os meses recebe e envia encomenda pelo porto e a dificuldade começa logo na entrada do terminal, pois é preciso pagar para se deparar com um local totalmente degradado. Para o pedreiro Raimundo Silva, 38, o Porto de Manaus é uma vergonha e não atende a população como deveria no aspecto de conforto e qualidade de serviços.
Além dos problemas estruturais o presidente do sindicato dos Empresas de Navegação do Estado do Amazonas, Claudomiro Carvalho diz que o porto de Manaus atende somente 30% das embarcações vindas do interior e o restante fica espalhado por outros portos, como o da Manaus Moderna. “O local está pequeno para atender a demanda que a população necessita e nada tem sido feito”, acrescentou o presidente.
Patrimônio
Construído pelos ingleses para ser um entreposto da borracha produzida no Amazonas, o Porto de Manaus entrou em funcionamento no fim do século XIX. É propriedade da União, por meio da Companhia Docas do Maranhão (Codomar), mas desde o início deste século, no terceiro governo de Amazonino Mendes, teve a administração dele privatizada, o que gera até hoje uma dura disputa judicial entre o grupo empresárial do ex-senador Carlos Alberto De´Carli e o Governo Federal.
Obra fica pronta
O superintendente do DNIT, Fábio Galvão reconhece que as instalações do Porto de Manaus estão ruins, mas garante que após a reforma a estrutura ficará muito melhor. Ainda segundo Fábio Galvão as obras de revitalização para atender a demanda da Copa do Mundo da FIFA de 2014, foram iniciadas em novembro de 2013 e tem previsão de conclusão no final do mês de maio.
Disputa judicial
Durante alguns anos o Porto de Manaus foi administrado por uma empresa particular que perdeu a concessão em 2013. De acordo com o superintendente do DNIT a empresa que administrava o porto segue tentando reverter a decisão judicial.
Em números
R$ 71 milhões é custo da obra. de revitalização do porto de Manaus. Segundo o Superintendente Regional do Dnit, Fábio Galvão, a reforma abrange a construção de dois terminais de passageiros, um deck, revitalização da praça dos ingleses, do pavimento, implantação de sinalização viária e recuperação das estruturas navais.
Fonte: A Crítica (Manaus) / AM/JÉSSICA VASCONCELOS