A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária, está engajada na abertura de um escritório em Xangai, na China. No próximo dia 6, o diretor-presidente da estatal, Casemiro Tércio Carvalho, irá ao país asiático para reuniões com parceiros, com a Apex (Agência de Fomento às Exportações), a embaixada, o Porto de Ningbo, além de associações de importadores e investidores de outros portos.
“É uma agenda extensa [cinco dias]. A ideia é trazer frutos dessa missão, já preparando para montar o escritório no segundo semestre deste ano. Pretendemos fazer uma aproximação com os portos chineses e criar um protocolo entre eles e o Porto de Santos”, disse Carvalho.
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O gestor explica as operações de importação e exportação podem ser melhoradas com uma norma de chipagem de contêineres, por exemplo. As medidas, segundo ele, devem cercar toda a cadeia logística.
“A carne que será exportada do interior de São Paulo, ela deixará o frigorífico em um contêiner chipado. Rastreio essa carga até o Porto de Santos, libero com agilidade, pois as autoridades já terão as informações da carga e, chegando no porto de Ningbo, essa carga também será desembaraçada com rapidez, porque vamos fazer a ligação entre a aduana chinesa e a brasileira, o porto chinês e o brasileiro”.
O executivo destaca que a relação e os protocolos vão gerar ganhos, com a redução de tempo de operação e de custos.
Neste mês, a Codesp contratou o profissional responsável pelo escritório chinês. Trata-se de Chiang Chia Hung, que, no Brasil, adotou o nome de Allan Chiang. Ele é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Agora assessor do diretor presidente, Chiang é ex-sócio (não administrador) do Bureau de Engenharia, empresa de engenharia portuária, hidrovias, dragagem e montagem industrial, da qual Carvalho era sócio-fundador.
A Codesp informa que, a princípio, o novo contratado ficará no Brasil. Entre as missões de Chiang, estão: a aproximação do Porto de Santos com outros portos da China, da Ásia e dos usuários, sobretudo do dono da carga; melhorar a experiência do usuário em Santos e abrir a representação comercial do Porto naquele continente.
“Ele é chinês, fala mandarim, cantonês, alemão, inglês e português. Tem um currículo respeitado. Pretendemos colocar o pé na China e mostrar como é que entra no Brasil e, obviamente, em Santos”, disse o executivo.
Carvalho comentou que um dos objetivos é traduzir, por exemplo, normas da Aduana, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) para o mandarim. “É uma forma de fomentar o negócio para que ele ocorra pelo Porto de Santos”.
Fonte: A Tribuna