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Porto de Vitória só recebe navios internacionais de carga da China

Com obras em andamento no cais, o Porto de Vitória vive uma situação delicada: sem estrutura adequada por mar, trem ou terra, o terminal não tem atendido à demanda de cargas, fazendo o Espírito Santo perder mercado para outros estados. Por conta dessa dificuldade, ao longo dos anos o Porto de Vitória também perdeu linhas de navegações internacionais de carga.
Porto - Vitória (Foto: Arte/G1)

Atualmente, apenas navios de Xangai, na China, atracam no local. "Hoje, nós perdemos cerca de 35% da exportação de café e 30% da exportação de granito para o Rio de Janeiro. Isso tem que mudar. É importante esclarecer que o que faz um porto eficiente e rentável, no final das contas, são os acessos", afirma o superintendente geral de projetos da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Eduardo Prata.

Segundo a Codesa, cerca de R$ 500 milhões serão investidos em três anos para resolver o problema. Ainda faz parte dos projetos de infraestrutura a criação de um pátio de triagem, para o estacionamento de caminhões, que deve melhorar o gargalo das filas, que chegam a durar três dias.

O superintendente explica que o problema dos acessos marítimos, que afeta a eficiência do porto, já está sendo resolvido com as obras de dragagem e derrocagem, que devem ser concluídas até dezembro de 2013. "A profundidade na área do porto, no início das obras, era de 10,5 metros, mas vai chegar a 12,5 metros até o fim do ano. E isso é independente de a maré ser alta ou baixa. Já concluímos 95% desse serviço chamado de dragagem. Também estamos trabalhando na obra de derrocagem, que é a retirada de pedras dessas áreas, mas esse é um serviço mais cuidadoso. Deve estar tudo dentro dos padrões para que não ocorra nada de errado", diz.

Os locais onde os navios atracam, denominados berços, também estão sendo modificados para atender a essa demanda. Os berços 101 e 102 passarão a ter 12 metros. As obras serão concluídas em 30 de junho, com inauguração prevista para o dia 15 de julho deste ano. "Ainda vamos aumentar a plataforma do berço, para 14 mil metros quadrados. Atualmente, temos 15 locais de atracação e vamos construir o 16º, que será o berço de Atalaia", afirma Prata.

A criação de um pátio de triagem, para estacionamento dos caminhões, ainda está na fase de projeto. Por enquanto, a Codesa cede parte de sua retroárea para essa finalidade, mas de forma provisória. Não há previsão de quando o pátio fica pronto, mas o superintendente afirma que o gasto previsto é de R$ 38 milhões. Nesta sexta-feira (7), haverá uma reunião para que o projeto fique melhor definido. A obra deve reduzir o problema das filas de caminhões, que podem durar até três dias, segundo a companhia. Além disso, outro projeto, ainda sem previsão de início, vai ligar o cais de Capuaba à BR-262, um acesso exclusivo para transportes até o porto.
Porto de Vitória, na baía de Vitória, Espírito Santo (Foto: Gildo Loyola/ A Gazeta)Porto de Vitória, na baía de Vitória, Espírito Santo (Foto: Gildo Loyola/ A Gazeta)

Porto 24 horas
Segundo o superintendente geral de projetos, um dos pontos que também devem ser resolvidos com urgência é o fato de o porto não funcionar 24 horas. Esse é um problema que também está ligado ao acesso, pois o Porto de Vitória precisa parar duas vezes ao dia, das 7h às 9h e das 17h às 19h, devido a um acordo que o porto fez com a cidade para evitar os horários de pico do trânsito.

"Isso não existe em outros lugares. Aqui, o acesso aos portos é o que mais atrapalha. O governo e a Prefeitura de Vitória estão construindo o Portal do Príncipe, para criar um acesso direto, ligando o porto à Segunda Ponte sem atrapalhar o trânsito da cidade, sem cruzamentos. Todos os outros serviços ligados ao porto funcionam 24 horas, apenas o acesso que não", diz Eduardo Prata.
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MP dos Portos
A chamada MP dos Portos estabelece novos critérios para a exploração e arrendamento (por meio de contratos de cessão para uso) para a iniciativa privada de terminais de movimentação de carga em portos públicos.

De acordo com Prata, a medida vai atingir o Porto de Vitória positivamente. "A iniciativa privada vai poder participar mais dos nossos investimentos, o que vai ajudar o porto a desenvolver, pois serão investimentos mais acelerados", explica.

Águas Profundas
Outro projeto, o da construção do Porto de Águas Profundas, tem investimento de R$ 22 milhões e deve ampliar a capacidade operacional dos terminais. O 'superporto' servirá de alternativa às limitações de espaço e calado do Porto de Vitória, além de encabeçar o rol de nove empreendimentos a serem instalados em várias regiões do estado devido às novas regras da MP. Chamado de porto-indústria e inspirado no modelo do porto pernambucano de Suape, o projeto é essencial para recuperar a competitividade portuária do estado.

Ainda não há previsão para o início das obras, mas elas devem ocorrer em sete anos, segundo a Codesa. "O projeto está em fase de determinação de local. No início, a dúvida era sobre quatro locais, mas agora está entre Vitória e Vila Velha e a tendência é que ele deva ser construído em Vila Velha. Apesar disso, apenas a finalização dos estudos geofísicos, que devem ser concluídos em julho deste ano, vão definir isso", afirma o superintendente.

Meio Ambiente
O Porto de Vitória foi inaugurado em 1906 e, por ser uma área antiga, não gera grandes impactos ambientais atualmente, segundo o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema). As fiscalizações ficam por conta da emissão de poeira e os ruídos provenientes do local.

"Os maiores impactos são gerados na instalação de portos. Um dos pontos que, nesse caso, é benéfico para o nosso porto é o fato de ele se encontrar na Baía de Vitória, pois causa muito menos impactos que se estivesse em alto mar. Hoje, o que mais fiscalizamos e controlamos são a emissão de poeira e os ruídos provenientes do local. São fiscalizações de rotina, mas que também ocorrem quando há alguma denúncia. Temos que verificar também a questão das correntes marítimas provocadas pelas atividades do porto, que provocam erosão em alguns lugares e assoreamento em outros”, diz o diretor presidente do Iema, Cláudio Denicoli.

A Codesa reitera que, como toda atividade econômica, o porto busca atuar em conformidade com as normas ambientais e, quando necessário, adota medidas para combater a poluição provocada pelo tráfego de caminhões e movimentação de cargas em seus portos.

Fonte: G1






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