O porto de Paranaguá passará por reforma nos próximos dois anos para ampliar a capacidade de escoamento da safra agrícola, que em 2012/13 deve atingir novo recorde. Paranaguá, maior terminal de grãos do País e que com o porto vizinho de Antonina recebe 60% das importações de fertilizantes, enfrenta limitações para atender à demanda, o que hoje se reflete em longas filas de navios à espera de atracação. No caso dos fertilizantes, a demora para descarregar é de cerca de 40 dias, segundo o setor produtivo.
Hoje há 117 navios ao largo do litoral paranaense à espera de produtos. No ano passado, Paranaguá movimentou 41 milhões de toneladas, de acordo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Em 2012, no acumulado até julho, foram 24,6 milhões de toneladas, alta de 5% na comparação com o mesmo período de 2011. No ano, a expectativa é de aumentar em 4% o volume e, para os próximos 20 anos, alcançar 80 milhões de toneladas.
Orçada em R$ 76 milhões, a reforma deve elevar a capacidade do corredor de exportação de Paranaguá em 33%. A capacidade passará de 9 mil toneladas por hora para 12 mil toneladas por hora. Os recursos virão da própria Appa e as obras devem durar de 18 a 24 meses, afirma o superintendente da entidade, Luiz Henrique Dividino. Ele espera que a licitação das obras ocorra no fim deste mês. Segundo a Appa, a reforma será feita em momentos de menor movimentação de cargas, levando em conta que o porto funciona 24 horas todos os dias.
Atualmente, são realizados ajustes diários de operações de acordo com as necessidades do porto, explica Dividino. ''Em momentos em que há muita soja para embarcar, reduzimos o embarque de farelo, por exemplo.'' No entanto, ele admite que em épocas de altas de preços, como ocorre neste momento com os grãos, atrasos podem ocorrer. Já em relação às tradicionais filas de caminhões, Dividino ressalta que elas foram amenizadas com a intensificação do uso de um sistema de agendamento virtual com os operadores portuários.
As mudanças no corredor de exportação fazem parte das medidas de curto prazo do novo plano de desenvolvimento e zoneamento do Porto de Paranaguá, que estabelece a estratégia de desenvolvimento do porto nos próximos 20 anos. No longo prazo, o porto planeja construir mais berços de atracação, entre outras melhorias.
Fertilizantes
Um novo terminal em Paranaguá, que custou R$ 9,5 milhões à Appa, deve aumentar a capacidade de recebimento de fertilizantes em 25%. A obra, terminada em março de 2009 aguarda a liberação da Receita Federal para começar a funcionar. Atualmente, o porto recebe até 45 mil toneladas do produto por dia desde que o clima seja favorável. O superintendente da Appa atribui a fila de navios para desembarque de fertilizantes a uma situação atípica registrada no ano, com concentração das entregas de maio em diante.
Fonte: Folha de Londrina,PR / Paula Moura
PUBLICIDADE