Demanda crescente e mercado aquecido na comercialização dos fertilizantes fazem aumentar a procura pelos portos do Paraná para a descarga dos produtos. Acompanhando a alta nos volumes de desembarque em Paranaguá e Antonina, observada desde o segundo semestre de 2021, a administração dos portos atualizou as regras operacionais.
Segundo a Portos do Paraná, a autoridade portuária, as mudanças proporcionaram aumento em quase 30% nos níveis de produtividade para cada operação de descarga dos granéis de importação. “O Porto de Paranaguá tem uma das melhores pranchas médias operacionais para o desembarque dos produtos entre os portos brasileiros. Para garantir maior eficiência no segmento de fertilizantes, a prancha média, varia de 6 mil a 9 mil toneladas por dia, por berço ou navio”, afirma o diretor-presidente Luiz Fernando Garcia.
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A média de descarga tem sido de cerca de 40 mil toneladas, ou seja, quase dois navios por dia, considerando o que vem sendo descarregado, mês a mês, de outubro de 2021 até março deste ano.
Além da mudança nas regras, o porto investiu em balanças, o que acabou agilizando o atendimento dos caminhões à demanda da descarga no cais. “Subimos de 800 mil toneladas/mês para mais de um milhão de toneladas”, afirma o diretor de Operações, Luiz Teixeira da Silva Júnior.
Ele lembra que manter a fluidez e a agilidade na descarga dos navios que trazem os granéis de importação, não depende apenas da produtividade do costado. “Depende do destino do produto – para qual armazém vai; das condições do armazém – os horários; as condições de retirada da mercadoria, carregando para o Interior; entre outros fatores, como a chuva também”, comenta Teixeira. Em março, foram quase 12 dias de chuva.
O gerente executivo do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Estado do Paraná (Sindiadubos), Décio Luiz Gomes, explica que o fertilizante que chega neste ano – janeiro, fevereiro, março e abril – já estava comprado desde o ano passado, entre setembro e outubro.
Segundo o representante do segmento, os países importadores de fertilizantes – não apenas o Brasil – acabaram antecipando a compra dos produtos, diante de “uma certa falta de matéria prima para a fabricação” e da crise energética no mundo.
Os portos paraenses são as principais entradas dos fertilizantes no país. Dados do Ministério da Economia (ComexStat) demonstram que no primeiro trimestre cerca de 31,5% dos produtos importados pelo Brasil chegaram por Paranaguá e Antonina.
Na quarta-feira (20), 18 navios aguardavam para descarregar cerca de 585 mil toneladas de fertilizantes no Porto de Paranaguá.