Os portos gaúchos tiveram desempenho em 2022 menor do que em 2021. O Porto de Rio Grande sofreu queda de 17,7% na movimentação, enquanto o de Pelotas retraiu 10.77% e o de Porto Alegre caiu 29.26%. O principal motivo para a diminuição dos números foi a estiagem que ao longo do ano já vinha refletindo seus efeitos nas movimentações e ao final do ano apenas confirmou a tendência projetada.
O ano de 2021 registrou um aumento considerável da produção que ficou conhecida como supersafra e que contribuiu para a contabilização da maior movimentação da história dos portos gaúchos.
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Em Rio Grande, somente os meses de janeiro e fevereiro de 2022 registraram aumentos em relação aos mesmos dois meses de 2021, depois disso as variações foram negativas. O mês de menor impacto foi o de março, que registrou uma queda de apenas 1,59%, e o maior foi o de junho, com 37.37% de queda.
Ao total, o Porto do Rio Grande movimentou 37.190.078 toneladas, com destaque para a soja em grão, que atingiu 5.824.853 toneladas. A segunda carga mais movimentada no cais público rio-grandino foi a celulose, que atingiu 3.800.653, um aumento de 8.55% em relação a 2021, quando foram movimentadas 3.501.239 toneladas.
A variação positiva mais expressiva do porto marítimo gaúcho foi a do trigo, que em 2022 chegou a 3.213.689 toneladas, números que são 130.09% maiores que o de 2021, quando o cereal movimentou 1.396.711 toneladas. Na sequência aparece o arroz, com 2.470.927 toneladas (13.04%) e o cavaco de madeira, com 1.407.328 toneladas (10.00%).
As exportações por Rio Grande tiveram como destino a China (30.52%), seguida pela Espanha (5.22%), pelos Estados Unidos (4.50%), por Portugal (4.32%) e pela Arábia Saudita (4.07%). Já a origem das importações é liderada pela Argentina (13.19%), seguida pela China (10.95%), pela Arábia Saudita (7.49%), pelo Canadá (6.76%) e pelos Estados Unidos (6.33%).
O Porto de Pelotas movimentou ao longo de 2022 1.215.46 toneladas, que foram divididas em toras de madeira, com 1.041.534 toneladas, clinquer, com 161.752 toneladas, e pela soja em grão movimentada entre os meses de junho, julho e agosto que atingiu 12.179 toneladas. Em 2021, foram 1.362.180 toneladas.
Já o Porto de Porto Alegre movimentou 492.675 toneladas de fertilizantes, 120.054 toneladas de cevada, 98.590 toneladas de produtos diversos, 47.503 toneladas de sal e outras 20.485 toneladas de trigo, totalizando 77.307 toneladas movimentadas. Em 2021, foram 1.101.645 toneladas.
Para o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, apesar da queda na movimentação em 2021, provocada pela estiagem, o balanço final da empresa pública é positivo, "pois conseguimos cumprir o plano de investimentos projetado, com a realização de obras importantes, como dragagem e pavimentação".
O gerente de planejamento e desenvolvimento da empresa pública, Fernando Estima, destacou a variação positiva do trigo e do cavaco de madeira. Ele também lembrou que a Portos RS está se preparando para que com a retomada das condições climáticas e o sucesso da safra possa haver o retorno dos números positivos das movimentações.
"Assim que a safra for positiva, estaremos prontos para também voltarmos a ter números satisfatórios. Enquanto isso nos preparamos com obras importantes, como pavimentação e dragagem de manutenção, para que em 2023 possamos nos recuperarmos e até mesmo ultrapassarmos os anos anteriores", afirmou Estima.
Já o diretor de gestão, administrativa e financeira, João Alberto destacou que a Portos RS encerrou 2022 com superávit financeiro. "Nós temos um resultado positivo mesmo com todos os investimentos realizados em 2022. São investimentos importantes que passam dos R$ 120 milhões nesses oito meses e que foram aplicados em ações necessárias para que pudéssemos modernizar a Portos RS", disse ele.