Imagens de navios, da construção do Porto de Santos e de momentos históricos para a Cidade, como a inauguração do primeiro canal santista, fazem parte do acervo que foi desvendado e agora está ao alcance da população. Isto aconteceu graças à reprodução de 700 negativos de vidro, que pertenciam à antiga Companhia Docas de Santos (CDS) e, agora, estão disponíveis no site do Complexo Cultural do Porto de Santos (www.museudoportodesantos.com.br).
Criado em 1º de setembro de 1989, como parte do Programa de Preservação do Patrimônio Histórico, do Ministério dos Transportes (que, à época, administrava os portos), o museu fica ao lado da sede da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, que, em 1980, substituiu a CDS na gestão do Porto), na Avenida Rodrigues Alves. No local, estão em exposição cerca de 8 mil peças.
“A CDS, até 1980, teve muito carinho não só com suas coisas internas, mas fundamentalmente com as coisas do entorno. Ela ajudou a comunidade, contribuindo com escolas, hospitais, o prédio dos Correios, a sede da Alfândega e até igrejas. Ela sempre esteve envolvida não só nessas instituições, mas fundamentalmente nos projetos com a comunidade. E tinha um carinho muito especial por seu corpo interno, porque seu maior patrimônio era o seu pessoal. Isso foi sendo desenvolvido e algumas coisas foram guardadas. Algumas dessas riquezas foram os negativos de vidro, porque eles contam a história que foi preservada”, explicou o gerente do Complexo Cultural do Porto, Antonio Carlos da Mata Barreto.
O resgate do acervo fotográfico foi possível graças a uma parceria com a Comunica Relações Públicas, de Ribeirão Preto. Com autorização da Codesp, a empresa inscreveu o projeto de recuperação dos negativos de vidro no Programa de Ação Cultural (Proac) do Governo do Estado, na categoria “preservação de acervos”, e foi a vencedora. Como prêmio, recebeu R$ 137,5 mil para realizar o trabalho e a contrapartida do projeto é a ampla divulgação do material histórico.
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Acervo mostra operação de embarque e desembarque na primeira metade do século passado
Imagens
As fotografias remetem ao período entre 1901 até meados da década de 40. Nesta fase, a CDS realizou diversas empreitadas em Santos: ergueu armazéns internos e externos do Porto, construiu os silos de trigo e prédios administrativos e operacionais, fez pátios de movimentação de cargas e instalou os tanques de combustíveis da Ilha Barnabé, além de ter construído a Usina Hidrelétrica de Itatinga, que fica em Bertioga e até hoje transmite energia elétrica para o complexo santista.
“Nós guardamos os negativos de vidro, guardamos por muito tempo. Mas eles estavam mal acondicionados e precisávamos de recursos para recuperá-los. Através da Comunica, fizemos um trabalho para entrar no Proac e eles fizeram toda uma logística para que isso desse certo”, explicou Mata Barreto.
A tarefa foi árdua. Antes da recuperação das imagens, os técnicos precisaram higienizar os negativos. Além disso, foi necessário reorganizá-los. Em seguida, começaram as etapas da melhoria e de digitalização das fotografias.
Interatividade
A recuperação dos 700 negativos de vidro faz parte do projeto para aumentar a interatividade do Museu do Porto de Santos. Agora, todas as fotos poderão ser acessadas, em baixa resolução, através do endereço eletrônico: www.museudoportodesantos.com.br/pesquisa-acervo.
“No Museu da História, que fica no Rio de Janeiro, você fala com Dom Pedro. Isso é interatividade. Os museus mais visitados são os mais interativos, como o caso do Museu da Língua Portuguesa, o do Futebol e agora o Museu Pelé, aqui em Santos. E tem muitas formas de interagir através da educação e até de tornar essas fotos acessíveis”, explicou Mata Barreto.
Fonte:Fonte: A Tribuna (Santos)/Fernanda Balbino
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