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Santos Brasil prevê fechar o ano com recorde de cargas

A Santos Brasil, maior concessionária de terminais de contêineres do país, investirá pelo menos R$ 48 milhões no próximo ano na ampliação de áreas e na aquisição de novos equipamentos para o Tecon Santos, localizado em Guarujá, no porto de Santos. A informação foi dada ontem pelo presidente do grupo, Antônio Carlos Sepúlveda, que anunciou a perspectiva de encerrar o ano com aumento de 30% na movimentação, chegando a 1,350 milhão de Teus (contêineres de 20 pés) nos três terminais que a empresa controla.

Além da instalação no porto paulista, que deve responder por quase 1,300 milhão de Teus, a Santos Brasil administra um terminal em Vila do Conde (PA) e outro em Imbituba (SC). "O ano de 2009 foi de provação. E 2010 superou as expectativas, nem no melhor dos sonhos poderíamos enxergar esse crescimento", disse o executivo. Os números foram puxados especialmente pelas importações, com o real valorizado. Os desembarques cresceram 56% e as exportações, 10%.

Dos quase R$ 50 milhões a serem investidos, R$ 36 milhões serão empregados na melhora da superestrutura, para dotar o Tecon Santos de uma capacidade operacional de 2 milhões de Teus em 2011. Serão comprados 12 novos RTGs, equipamentos sobre rodas para movimentar contêineres que permitem melhor adensar a ocupação das pilhas no pátio. Hoje, existem 34 em operação. Além disso, serão adquiridos 30 terminals tractors, reboques capazes de puxar até dois contêineres de uma vez, cada qual substituindo o trabalho de dois caminhões. A estimativa é de que a utilização do veículo, também movido a diesel, reduza em cerca de 30% as emissões de CO2 na atmosfera. No médio prazo, todos os cerca de 80 caminhões que fazem o transporte do contêiner entre o cais e o pátio serão substituídos pelos terminals tractors.

De acordo com Sepúlveda, os aportes em maquinário permitirão aumentar a velocidade operacional do terminal, redundando em uma maior produtividade. O Tecon Santos deve encerrar este exercício com 52 movimentos (embarque ou desembarque de um contêiner do navio) por hora. Para 2011, a meta é de 58 movimentos por hora.

Os R$ 12 milhões restantes serão investidos na adequação de uma área na zona secundária de Guarujá com 52 mil metros quadrados que operará como Redex (recinto especial para despacho dedicado apenas às exportações). O terreno é vizinho ao Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (Clia, onde as cargas de importação e exportação ficam armazenadas enquanto o despacho não é concluído) da Santos Brasil. O objetivo é dedicar o Redex exclusivamente aos embarques de açúcar. A cada ano a conteinerização da commodity tem crescido e, neste exercício, será a carga de exportação mais movimentada no Tecon Santos.

No acumulado até o terceiro trimestre, o açúcar respondeu por 20% do que foi embarcado para o exterior pelo terminal. A projeção é que feche 2010 com uma fatia de até 18%. Se o índice for confirmado, será o equivalente a pouco mais de 70 mil Teus - do 1,300 milhão de Teus que a Santos Brasil prevê movimentar no porto, as exportações devem ficar com 30%. Já a fatia das importações será de 35%. Os contêineres vazios devem ser responsáveis por 20%; as unidades do serviço de cabotagem (rota doméstica), por 8%; e as cargas de transbordo, pelos 7% restantes.

Dentre os fatores que têm estimulado a conteinerização do açúcar - carga de baixo valor agregado tradicionalmente embarcada solta, direto no porão de navios chamados breakbulk - , estão a queda dos fretes marítimos de porta-contêineres verificada especialmente durante a crise e a opção pela racionalização logística.

O Terminal de Exportação de Veículos (TEV), também controlado pela Santos Brasil, no porto de Santos, deve encerrar o ano com aumento de 80% nos volumes, chegando a 150 mil unidades.

Desde 2000, a Santos Brasil investiu aproximadamente R$ 2,5 bilhões na operação portuária. À época, detinha 30% do mercado de Santos. Hoje, tem aproximadamente 51%. Para Sepúlveda, ainda há espaço para ampliação. "A economia está pujante, as análises dão conta de um crescimento de pelo menos 5% ao ano. E tem a questão da Copa do Mundo e Olimpíada. Estamos atentos, onde tiver licitação para terminal de contêineres, vamos olhar". Em Santos, o foco é no terreno da Prainha, ao lado do TEV, contíguo ao Tecon. A concorrência deve ser aberta no próximo ano.

Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos


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