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São Gonçalo começa a colher frutos do Comperj

Cidade vai ganhar um porto e estrada até o complexo, que promete gerar 40 mil empregos
Rio - São Gonçalo ganhará novo porto, na Praia da Beira, em Itaoca. As obras começarão no segundo semestre. O terminal marítimo será ligado ao Complexo Petroquímico (Comperj) de Itaboraí por estrada com 22 quilômetros, também a ser construída. Os investimentos de quase R$ 500 milhões da Petrobras vão auxiliar no transporte de equipamentos para o Comperj. Os empreendimentos passarão para o município em um ano e meio.
Os recursos são comemorados pela prefeitura local como uma das primeiras conquistas advindas da criação do complexo. Espera-se que, apesar de ficar em cidade vizinha, o projeto impulsione a economia e gere até 40 mil empregos quando funcionar a todo vapor, em 2015. “Quando o Comperj estiver em plena operação, o PIB do município será o dobro do que é hoje”, prevê o secretário de Fazenda, Antônio Moreno.
Atento a essas oportunidades está o pedreiro Aurelino Santos, 47 anos, que frequenta um curso no Centro de Integração da Petrobras. “Estou desempregado e espero que tudo o que estou aprendendo me ajude a conseguir um emprego”, diz o morador de São Gonçalo, que aguarda o início da construção do complexo, agora em fase de terraplanagem.
Segundo destaca o gerente de Novos Investimentos e Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Cristiano Prado, a qualificação é o caminho para os moradores conseguirem oportunidade e para que o município não sofra com a importação de trabalhadores. “A grande população de São Gonçalo pode ser fator de estímulo, mas a capacitação da mão de obra e investimentos em infra-estrutura são fundamentais”, ressalta Prado.
Estudo da federação mostra que São Gonçalo será um dos principais beneficiados com novas indústrias e poderá ficar com 9% da futura produção de material plástico que ocorrerá em função do Comperj. Espera-se que grande parte seja de pequenas empresas.
“É importante que o pequeno empresário tenha condições de comprar a resina de maneira competitiva. Para isso, estamos estudando uma solução. Individualmente, não conseguirão bater na porta do Comperj e conseguir matéria-prima”, afirma o superintendente do Sebrae-RJ, Sérgio Malta.
Para pescador, preocupação
A construção do porto em Itaoca, que ainda depende de aprovação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), já mexe com a vida dos moradores do lugar, muitos deles pescadores. Enquanto o fato gera a expectativa de novos empregos e de melhoria no acesso à localidade, hoje de terra batida, há a preocupação com o futuro da pesca.
A Petrobras pretende desassorear um canal para permitir a atracagem de navios de grande porte. Os impactos ambiental e social estão sendo avaliados. A prefeitura garante que não haverá prejuízo para moradores.
“Em setembro, começa a época do camarão. Como vou pescar se estiverem fazendo a dragagem por onde eles passam?”, indaga Rogério do Valle, que passou seus 36 anos no local.
Polo será beneficiado
O anúncio da construção do porto e da estrada criou potencialidades também no polo industrial de Guaxindiba, por onde a via passará. O complexo privado de 2 milhões de metros quadrados ainda tem grandes lotes para serem vendidos, e a proximidade com o Comperj, que fica a sete quilômetros, também ajuda a valorizá-lo.
“O polímero líquido pode vir por dutos diretamente para o polo industrial, o que atrairia fabricantes de plástico”, ressalta o diretor da empresa que administra o condomínio industrial, Ricardo Campos.
Segundo ele, a construção da estrada pode facilitar a instalação desses dutos. Por enquanto, o polo procura ampliar o abastecimento de água.

Fonte: O Dia Online


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