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Sem dragagem, porto do Mucuripe inibe atracação no terminal de passageiros

Operadores de turismo marítimo e representantes de armadores internacionais visitaram, na tarde de ontem, o terminal de passageiros do Porto de Fortaleza para conhecer o potencial do equipamento, que se encontra com a estrutura física 100% concluída, mas ainda aguarda na "fila" da Secretaria Especial de Portos (SEP) a liberação de recursos à dragagem da área de atracação e a conclusão do estudo de arrendamento, para que possa começar a operar.

"O apelo turístico Fortaleza já tem, a localização é privilegiada (para receber transatlânticos), a infraestrutura do terminal está pronta, mas ainda há alguns desafios a enfrentar", declarou o presidente da Clia (Cruise Lines Internacional Association), Abramar no Brasil, Marco Ferraz, após expor as potencialidades do turismo marítimo no Brasil e no mundo, enquanto gerador de renda e divisas.

Potencial econômico

Conforme expôs para representantes do trade turístico e do comércio, do governo do Estado e à presidência da Companhia Docas do Ceará (CDC), o impacto econômico do setor na temporada de 2014/2015 foi de R$ 1,15 bilhão, do qual R$ 455 milhões foram gerados pelos turistas e tripulantes e R$ 693 milhões pelos armadores.

Os cruzeiros foram distribuídos em 939 escalas, passaram por 19 destinos no Brasil, além de Buenos Aires e Montevideo. No Brasil, o setor opera com 10 navios de quatro empresas de armadores. Desse total de escalas, apenas 91 ocorreram no Nordeste brasileiro, sendo 75 em Salvador, sete em Recife, seis em Maceió e três em Fortaleza, números que tendem a se repetir na próxima temporada, que começa em outubro de 2015 e que vai até março de 2016. "Para Fortaleza estão previstos apenas três escalas", confirmou a coordenadora de Infraestrutura e de Operações da Clia Abramar Brasil, Márcia Leite.

Hub Marítimo

Para ambos, as limitações para que Fortaleza passe a atrair navios à sua costa e se torne um hub marítimo vão além do calado do novo terminal portuário, atualmente com apenas três metros de profundidade, quando o ideal são 13 metros, e da licença para o arrendamento do equipamento. "A mobilidade urbana e a segurança são pontos importantes que a cidade precisa garantir", destacou Márcia Leite, diante de problemas que a cidade enfrenta no trânsito e com disponibilidade táxis, ônibus e vans para os turistas, no entorno do terminal do Mucuripe.

"A localização do hub da TAM será outro fator definidor do local (do hub marítimo no Nordeste)", revelou Ferraz. O presidente da CDC, Mário Jorge, diz que a infraestrutura urbana e de transportes está sendo resolvida com apoio do Estado e da Prefeitura, mas que "a dragagem e o modelo de arrendamento não têm prazo, porque dependem da SEP".

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/Carlos Eugênio






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