A Sertrading, uma das maiores trading companies do país, movimentou R$ 2,57 bilhões no ano passado, com margem operacional de R$ 50 milhões - um crescimento robusto de 46% e de 35%, respectivamente, em relação a 2011. Seu presidente, Alfredo de Goeye, está igualmente otimista para este ano, em especial com importação de aviões e helicópteros; e exportação de carnes. Mas não só. A trading, que é sócia da empresa de tecnologia da informação CPM Braxis, do banco Indusval, e de Roger Agnelli, na AGN Participações, continua buscando novas áreas para investir.
"Queremos gerar valor para a companhia, olhar o comércio exterior de outra maneira", diz Goeye, que fundou a Sertrading há 12 anos, depois de trabalhar por 20 anos na Cotia Trading. A CPM Braxis saiu da cabeça do sócio Jair Ribeiro em 2005, e teve 55% de seu capital vendido à francesa Capgemini por R$ 517 milhões em setembro de 2010. "Daqui um ano, os franceses devem comprar os 45% restantes. Assim esperamos, né?", diz Goeye, e sorri, bem humorado, para o vice-presidente da trading, Luciano Sapata.
Participar do capital do Indusval, que é co-presidido por Jair Ribeiro, é considerado estratégico. A Sertrading tem cerca de 15% do banco e este também é acionista da trading, com uma fatia de 17,7% e direito de comprar o restante do capital. "Financiamos os clientes. Daí o interesse no Indusval", diz Goeye. A trading tem uma carteira de cerca de 60 empresas.
A parceria com o ex-presidente da Vale Roger Agnelli, se dá na AGN Participações, que funciona dentro da sede da Sertrading, na avenida Juscelino Kubistchek, na zona sul de São Paulo. A trading tem 18% da holding, que tem negócios nas áreas de mineração, energia, logística e importação/exportação.
Agnelli é amigo de longa data de Ribeiro, mas além da amizade há sinergia entre as duas empresas. A AGN já tem negócios em andamento com o banco BTG Pactual, na B&A Mineração. Cobre e fertilizantes são produtos importantes. Goeye conta que foi comprada, recentemente, uma mina de cobre no Chile e que entrará em operação daqui um ano. "Mas é melhor o próprio Agnelli contar mais sobre a AGN", diz Goeye, sorrindo mais uma vez.
Sobre novos negócios na área de exportação, o empresário fala de um negócio que "estamos começando" e lhe parece promissor: vender carne para África e Oriente Médio. A exportação de leite, que chegou a movimentar R$ 240 milhões na Sertrading em 2008, minguou para algo em torno de R$ 15 milhões nos últimos anos. "A exportação de lácteos, quando começamos há dez anos, não existia no Brasil e cresceu muito. Mas a partir de 2009, o leite brasileiro ficou muito caro e deixou de ser competitivo lá fora", lembra Goeye, que ainda mantém negócios nessa área.
Ele está mais otimista com as possibilidades de crescimento na importação de aviões e helicópteros. No ano passado, a Sertrading importou 50 aeronaves, no valor de R$ 270 milhões. "Esse valor pode dobrar em 2014", diz Goeye.
Fonte: Valor / Cynthia Malta
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