A Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) alertou que a imposição, pelos Estados Unidos, de tarifas de importação de até 50% sobre produtos brasileiros pode afetar as exportações de pescado do Brasil para aquele país e levar à reversão da tendência de crescimento nos negócios. No primeiro semestre, informou a entidade, o aumento registrado nas exportações de pescado paraense para os americanos foi de 8,17%.
Segundo dados divulgados pelo Centro Internacional de Negócios da Fiepa, de janeiro a junho o Pará exportou 3.671 toneladas de pescado, totalizando 32,5 milhões de dólares, dos quais 12 milhões de dólares, equivalentes a 36,94% do total exportado no período, foram para os Estados Unidos, que ficaram atrás apenas de Hong Kong como principal destino dos produtos vendidos pelo estado para o exterior.
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A federação informou ainda que o Pará é o líder brasileiro exportação de pescados, respondendo por 21,33% dos produtos desse segmento vendidos para o mercado externo, seguido por Ceará (14,75%) e Paraná (11,48%). Os principais produtos exportados incluem cabeças, caudas e bexigas natatórias de peixes, que somaram 14,1 milhões de dólares e representaram 43,27% das exportações, outros peixes congelados menos filés, que geraram 9,6 milhões de dólares, e pargo congelado, com vendas de 4,9 milhões.
Nascimento, presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do Estado do Pará (Sinpesca), classificou a imposição de tarifas adicionais por parte dos Estados Unidos como desafio para a cadeia produtiva do pescado no Pará. Segundo ele, há risco de, em consequência das sobretaxas, o setor ter os preços de seus produtos elevados no exterior e perder competitividade internacional.
“A indústria do pescado é um dos setores mais importantes do agronegócio da região Norte, responsável pela geração de emprego e renda de inúmeras famílias. No entanto, apesar da grande disponibilidade de pescado, a produção industrial ainda não alcança todo o potencial existente, principalmente aqui no estado”, afirmou Nascimento.