O Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Estado do Rio de Janeiro (Sindicarga) divulgou, nesta terça-feira (22), uma nota em que manifesta apreensão diante da escalada de tensão política e diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Segundo o documento, a questão já afeta o transporte rodoviário de cargas e coloca em risco milhares de postos de trabalho e a sustentabilidade de empresas do setor.
O Sindicarga informou que o transporte rodoviário é o principal elo da cadeia logística brasileira, sendo essencial tanto para o abastecimento interno como para o comércio exterior. O sindicato ressaltou que esse papel ganha relevância porque o estado do Rio abriga portos estratégicos e funciona como eixo logístico para o escoamento de cargas originadas em Minas Gerais e em outras regiões do Sudeste e Centro-Oeste. “A infraestrutura fluminense é, portanto, fundamental para a fluidez das exportações e importações nacionais”, diz a nota.
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O sindicato informa que, segundo estimativas do setor, no Rio de Janeiro, mais de 120 mil empregos diretos e dezenas de milhares indiretos estão vinculados ao transporte rodoviário e à logística e que os terminais portuários fluminenses movimentam mais de 30 milhões de toneladas por ano.
Além disso, o Sindicarga alerta que o cenário de 'ruptura no diálogo internacional' compromete acordos comerciais, afeta contratos logísticos e introduz alto grau de insegurança para empresas do setor. “Cancelamentos de embarques, redirecionamento de rotas e retração na demanda são sinais concretos de que a crise política – alimentada por partidarismo e ideologização nos poderes constituídos – extrapolou a sensatez e está atingindo, de forma direta, o setor produtivo”, apontou a entidade.
O documento também chama atenção que estão em jogo empregos, investimentos e arrecadação pública, considerando que qualquer instabilidade prolongada tem o potencial de gerar efeitos em cadeia, com alto custo social e econômico, considerando a atividade transportadora como um pilar da economia. Para o Sindicarga, é imprescindível que o governo federal e os demais poderes atuem com responsabilidade institucional.