Receba notícias em seu email

MSC

Sintonia entre indústria e porto garante escoamento da produção gaúcha

O Porto do Rio Grande completa, no próximo dia 15 de novembro, 100 anos de operações em uma estrutura organizada. De acordo com o presidente da Câmara de Comércio do Rio Grande e vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Torquato Ribeiro Pontes Neto, o início das operações do porto organizado foi decisivo para alavancar a economia gaúcha e continua sendo. Mais do que isso, o empresário comentou que o Porto do Rio Grande é importante também para a economia do País. Pela posição geográfica estratégica e infraestrutura operacional, o porto gaúcho contribui significativamente para o desenvolvimento do comércio internacional brasileiro.

Fatores internos
Torquato avalia que, apesar da valorização do dólar, em relação ao real, o que torna o comércio internacional atrativo, alguns fatores internos afetam negativamente a exportação da produção da indústria gaúcha. De acordo com ele, o cenário político e econômico do estado e do País geram incertezas para o empresário investir em quase qualquer tipo de negócio. Ele cita questões tributárias, aumento de juros e restrições de créditos, além de custos elevados com transporte e energia, como fatores que desestimulam a exportação. “Está difícil de decidir sobre investimentos no cenário atual”, resumiu.


PUBLICIDADE



Demandas crescentes
Entretanto, Torquato Neto afirmou que o dólar alto é um fator competitivo forte e que tem atraído o comércio internacional, principalmente, no ramo de agronegócio. Além disso, disse que as boas safras de soja e de trigo, por exemplo, ajudaram o único porto marítimo gaúcho a bater recordes de exportação neste ano. Segundo o empresário, apesar de todos os contratempos, as demandas do Porto do Rio Grande são, e devem continuar sendo, sempre crescentes.

Retomada de mercado
Com todos os prós e contras, o vice-presidente da Fiergs acredita que a indústria está em um processo de retomar mercados internacionais. “Tivemos um longo período com o dólar defasado, com o real sobrevalorizado. Isso determinou a perda de competitividade do mercado gaúcho e a recuperação dos mercados não acontece de imediato”, explicou.

Pleitos

Para Torquato Neto, a relevância do porto gaúcho, deveria ser melhor aproveitada para pleitear custos mais baixos de transporte e investimentos em modernidade operacional permanente, que viabilize ajustes constantes para atender à crescente demanda portuária. De acordo com ele, a reativação da hidrovia no Estado contribui nesse sentido. “A utilização da hidrovia será determinante para questões de logística, vai facilitar em termos de custos e desafogar as estradas”, avaliou.

Hidrovia

A reativação da hidrovia, segundo o superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, além de facilitar os acessos ao porto, também contribui para a geração de emprego e renda e, ao mesmo tempo, não tira o espaço de transportadores rodoviários. Ele afirma que a logística portuária demanda transporte de todos os tipos e garante que tem espaço para todos.

Segundo informação do diretor de infraestrutura da Superintedência do Porto do Rio Grande (Suprg), Paulo Somensi, a hidrovia é um modal muito importante. De acordo com ele, enquanto um caminhão grande tem capacidade para transportar 60 toneladas, uma barcaça transporta até 4 mil toneladas.

O superintendente comentou que a hidrovia já está sendo utilizada para o transporte de celulose, em todas as fases de fabricação. De acordo com ele, a madeira de eucalipto, proveniente das florestas gaúchas, sai pelo Porto de Pelotas, transportada pela hidrovia, por barcaças, até Guaíba, onde é industrializada, na empresa Celulose Riograndense, e retorna também por barcaças, até o Porto do Rio Grande, por onde será exportadas para o destino final. Os principais destinos de exportação da celulose são China e Itália, ao todo, 120.327 toneladas de celulose foram exportadas neste ano pelo porto do Rio Grande.

Além da celulose, Janir Branco disse que a hidrovia está sendo utilizada no transporte de produtos químicos de Triunfo para o Porto do Rio Grande e também transportará contêineres para o Terminal de Contêineres do Rio Grande (Tecon).

O diretor comercial do Tecon, Thierry Rios, acrescenta que a reativação da hidrovia é extremamente importante para a logística, principalmente, de mercados como frango congelado, polo petroquímico (resinas), partes e peças, tabaco etc. Ele informou também que o principal desafio do Terminal é viabilizar e desenvolver a conteinerização de novas cargas, como a soja, trigo, sorgo, milho e toras de madeira. “Também é um grande desafio para o terminal desenvolver projetos para os clientes, em que os custos de logística da carga até o Tecon RG sejam minimizados”, afirmou.

Termelétrica

Outro ponto positivo, que na avaliação de Torquato Neto, atrairá, a longo prazo, indústrias para a cidade e região e contribuirá para as movimentações portuárias, tanto na exportação quanto na importação, será a instalação da usina termelétrica em Rio Grande. “Não só para Rio Grande, mas para a indústria gaúcha, o investimento da termelétrica vai facilitar a instalação das indústrias, porque o custo da energia será mais baixo. Isso será considerado como base de investimento para quem quer vir para Rio Grande”, constatou. Além disso, citou a proximidade com o porto e aproveitamento de mão de obra local, como fatores que também são interessantes para os empresários.

A unisa termelétrica, que irá gerar energia a partir de gás natural em Rio Grande, tem prazo para começar a produzir energia a partir de janeiro de 2019, por 25 anos. O projeto inclui ainda um píer de atracação, o terminal de regaseificação e um gasoduto de transferência. O terminal poderá receber dois navios cargueiros/mês e contará com um navio de estocagem e regaseificação de forma permanente. O empreendimento terá capacidade de 1.280mw. Isso representa 50% do que o Brasil importa de gás da Bolívia.

Movimentações

Segundo informação do setor de estatísticas da Superintendência do Porto, só no primeiro semestre de 2015, o Porto do Rio Grande exportou ao todo 10.567.900 de toneladas dos mais diferentes tipos de produtos gaúchos. Ao todo, os primeiros seis meses do ano somaram 17.788.219 toneladas movimentadas pelo Porto do Rio Grande. Segundo informação da Fiergs, entre abril e junho, as exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 4,96 bilhões.

Apesar da grande demanda de exportação da celulose, o superintendente do Porto ressalta o embarque do complexo da soja e do trigo (longo curso – cabotagem) como destaques do semestre com crescimento de movimentação. O trigo, por exemplo, superou o aumento de mais de 200% quando comparados ao primeiro semestre do ano passado. Em 2015, o produto teve aumento de 261,56%, passando de 307.495 toneladas para 1.111.800 toneladas no semestre.

Já o complexo de soja teve crescimento de 14,6%, totalizando 7.006.075 toneladas. Em 2014, foram movimentadas 6.110.179 toneladas. Como destaques do produto, estão o grão que passou de 4.975.288 para 5.627.067 e o farelo lowpro que ultrapassou a marca de 1,2 milhões de toneladas. Além disso, o óleo de soja quase dobrou sua movimentação no semestre. “O Porto do Rio Grande está diretamente ligado ao produto agrícola gaúcho. Quando o plantio e a balança comercial estão favoráveis, o Porto é o canal de saída dos produtos do estado e tem grande capacidade de operação”, afirmou Janir.

Outros produtos de grande destaque na exportação da indústria gaúcha, neste primeiro semestre, segundo o superintendete, foram cavaco de madeira, arroz, fertilizante e tabaco. Segundo o setor de estatísticas, foram exportados 317.478 toneladas de cavaco de madeira, com principais destinos Japão e China. A exportação de arroz totalizou 221.383 toneladas e teve como principais destinos Cuba e Iraque. Também foram exportados 115.756 toneladas de quebrados de arroz, para os destinos principais Sierra Leone e Senegal. A exportação de fertilizantes movimentou 31.501 toneladas e teve como principais destinos Gana e Itália. O fumo não manufaturado representa um total de 148.528 toneladas e teve como principais destinos Bélgica e Estados Unidos e a exportação de fumo manufaturado, que teve como principais destinos, Alemanha e Colômbia, movimentou 2.760 toneladas.

Além dos principais produtos, Janir Branco citou também a exportação, em menor escala, de produtos gaúchos que também interessam o mercado internacional, como chá de erva-mate, calçados, fitness, cachaça e cerveja artesanal.

Fonte: Jornal Agora (RS)/Tatiane Fernandes






   Zmax Group    ICN    Antaq
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira