As deficiências de estrutura e de organização na administração do Porto de Santos (SP), em face das necessidades de segurança na área, foram criticadas ontem (17) na Câmara dos Deputados pelo superintendente da Guarda Portuária de São Paulo, coronel Jorge Pimentel. A guarda portuária é composta por 414 servidores e "não exerce seu trabalho de forma plena por falta de organização mínima, de treinamento continuado e até do uso de veículos adequados", afirmou. Há, segundo Pimentel, "muitos problemas em todos os sete maiores portos do país". Por esse motivo, segundo ele, o ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, "defende a criação de um modelo de guarda portuária para o Brasil". "Os portos vivem uma realidade crítica, pois convivem com problemas de natureza internacional", afirma o superintendente, dizendo que a questão do porte de arma pelos guardas fora da área é importante. Circulam nos 3 quilômetros do Porto de Santos diariamente entre 20 e 30 mil pessoas, além dos 8 mil trabalhadores do local e o trânsito de 20 mil caminhões. Durante audiência pública para debater o porte de armas pelos guardas portuários na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, o superintendente afirmou que o tema "é apenas a ponta do iceberg, em vista das questões complexas que envolvem o Porto de Santos, o maior da América Latina, assim como os demais". Pimentel defende que os guardas portuários exercem função policial e não de vigilância, mas que, no entanto, enfrentam problemas fora das docas, "perdendo tempo em delegacias, quando são identificados, para provar que não estão portando arma ilegalmente". O deputado federal capitão Lucínio Assumção (PSB-ES), da Polícia Militar do Espírito Santo, criticou "a fragilidade da segurança" nos portos do país, dizendo que no seu estado as armas que matam a população são transportadas nos conteineres que circulam no porto do estado. O parlamentar julgou injustificável a ausência do secretário Especial de Portos, Pedro Brito, na comissão. Ele foi convidado a comparecer à audiência pública, mas mandou em seu lugar o superintendente da Guarda Portuária de São Paulo, coronel Jorge Pimentel. Para Assumção, "não poderia haver prioridade maior para o secretário, do que falar sobre os problemas dos portos na audiência pública".(Fonte: Terra Brasil)
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