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Sustentabilidade portuária é avaliada em estudo acadêmico

Avaliar a aplicação de políticas de sustentabilidade no Porto de Santos é o objetivo de uma pesquisa acadêmica desenvolvida por alunos do curso de Engenharia Civil da Universidade Santa Cecília (Unisanta). A ideia é analisar como está o processo de adequação do complexo santista ao conceito Greenport (Porto Verde, em inglês), medindo sua preocupação ambiental.

Bianca Pereira, Tuani Ferreira e Enéias Santos da Silva estão no quinto ano do curso e desenvolvem a pesquisa há cerca de seis meses. Eles são orientados pelo professor Adilson Luiz Gonçalves, coordenador do Núcleo de Estudos Portuários, Marítimos e Territoriais (Nepomt) da Unisanta e do Núcleo Avançado da Associação para Colaboração entre Portos e Cidades (Rete, na sigla em italiano) na universidade.


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Restaurar e proteger a vida selvagem marinha, evitar a poluição atmosférica e melhorar a qualidade da água estão entre os conceitos de um porto verde, assim como os procedimentos para tratamento de solos e sedimentos contaminados, o envolvimento da comunidade e a adoção de políticas de sustentabilidade nas operações.

Para analisar as ações ambientais, o grupo recorreu aos exemplos de portos internacionais. Os complexos de Long Beach e Los Angeles, na costa oeste dos Estados Unidos, e Roterdã, na Holanda, são referências mundiais de preocupação ambiental e sustentabilidade.

Mas engana-se quem pensa que apenas grandes portos podem investir em meio ambiente. “Essas ações podem ser aplicadas em um porto de pesca pequeno e até em um porto em proporções chinesas. Talvez lá na China eles até não tenham isso. Podem ter a eficiência, mas não a preocupação ambiental. Por isso, os alunos foram buscar conceitos de sustentabilidade, sem ligação com espaço e produtividade”, explicou o professor orientador.

De acordo com os alunos, por enquanto, a pesquisa acadêmica está na fase de levantamento de dados. Os estudantes analisam os conceitos e já fizeram uma visita à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o Porto de Santos. Lá, foi feita uma entrevista, para garantir subsídios à analise. Com este levantamento, algumas reflexões já estão sendo feitas.

“A gente conseguiu identificar que a Codesp, hoje em dia, tem vários programas (ambientais), mas ainda existe uma deficiência muito grande em alguns pontos. Por exemplo, uma das coisas que a gente levantou foi o grande número de instalações obsoletas, de caminhões mais antigos. Tem também a questão dos resíduos, porque várias empresas têm um controle parcial deles”, destacou Tuani Ferreira.


Orientados pelo professor Adilson Gonçalves, os alunos estudam os projetos ambientais do cais santista
Evolução

Os alunos também identificaram que, mesmo com algumas deficiências, a Companhia Docas tem ampliado sua preocupação ambiental com as operações do cais santista. No entanto, ainda há muito trabalho pela frente para alcançar o conceito internacional.

“A gente conseguiu ver que cresceu bastante (a preocupação ambiental), mas ainda há uma deficiência para chegar ao conceito de Greenport. Hoje em dia, a gente pode dizer que ele (o Porto de Santos) cumpre legislações, mas o conceito de Greeport vai além das normas. A gente vê que eles fazem o que é exigido, mas o algo a mais que o conceito pede, ainda não é feito, em termos de sustentabilidade e tecnologias novas. Foi isso que a gente conseguiu enxergar. Ainda tem muita coisa para pesquisar e visitas para serem feitas”, explica Tuani.

O grupo pretende conhecer, pelo menos, duas instalações do Porto de Santos. O exemplo de remediação ambiental da Brasil Terminal Portuário (BTP), que fica na Alemoa, é um dos que deve ser analisado pelos alunos. Isto porque a instalação foi construída em uma área que abrigava um antigo lixão da Codesp e, por isso, tinha o solo totalmente contaminado. Em seguida, os estudantes pretendem conhecer as políticas ambientais da Embraport, terminal privado que fica na Margem Esquerda do Porto.


Estudantes analisam iniciativas do Porto de Santos e as comparam com complexos de outros países
Políticas ambientais

A adoção de políticas de meio ambiente em complexos portuários pode ser uma boa estratégia para empresários. Além de garantir operações limpas e eficientes, é grande a possibilidade de que as práticas sejam fatores lucrativos e de interesse para novos negócios. Por isso, o grupo de alunos da Universidade Santa Cecília (Unisanta) ainda pretende estimar o investimento necessário para a adequação do Porto de Santos ao conceito Greenport.

“O nosso objetivo final é fazer um levantamento socioeco-nômico para sabermos quanto seria necessário, em termos de investimento, para se chegar a este patamar. Hoje, há uma tendência. O Porto, quando atinge um patamar desse, se torna mais competitivo, atrai mais investidores”, destacou Enéias Santos da Silva, um dos estudantes envolvidos na pesquisa acadêmica.

Para o professor Adilson Luiz Gonçalves, orientador do trabalho, investir em sustentabilidade é um fator lucrativo e cria interesse para novos negócios. No entanto, esta preocupação ambiental deve ser compartilhada por todos os atores envolvidos na atividade.

“Se usarmos caminhões caindo aos pedaços, isso vai trazer impactos para o Porto. Se ele for moderno, terá um impacto menor. Mas o pensamento, muitas vezes, é: por que eu vou gastar mais com um caminhão mais moderno? As pessoas costumam perguntar o custo de fazer quando não perguntam o custo de não fazer. Esse conceito é de outro professor e é muito interessante. Você faz o investimento e depois muda completamente a sua maneira de encarar a vida e os negócios”, destacou o professor.

Segundo o acadêmico, a tendência é que o conceito se torne tão importante quanto outras certificações internacionais. “Existem as certificações ISO e hoje há um viés de que a certificação Greenport também é atrativa para os negócios. É até uma coisa que se discute bastante. É um conceito que precisa ser espalhado e compartilhado. A ideia é que envolva todo o entorno”.

Mundo novo

Porto de Santos era um cenário novo e desconhecido para os estudantes. Apesar do pouco contato com o setor, eles se dedicaram à pesquisa e enxergaram uma nova possibilidade de atuação no mercado de trabalho. Entre as dificuldades enfrentadas, os estudantes relatam a escassez de referências bibliográficas. Por isso, tiveram o apoio do Núcleo de Estudos Portuários, Marítimos e Territoriais (Nepomt) da Unisanta.

Fonte: A Tribuna online/FERNANDA BALBINO






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