Os trabalhadores portuários do terminal Ecoporto Santos encerraram a greve que haviam iniciado nesta quinta-feira (1º) depois de a empresa se colocar à disposição para negociar e de prometer paralisar as demissões temporariamente.
Sindicalistas e funcionários do Ecoporto cruzaram os braços a partir da zero hora e protestaram durante a madrugada na porta da empresa contra as 200 demissões ocorridas na semana. Eles atearam fogo em pneus e bloquearam o acesso ao Porto de Santos até por volta das 9 horas, o que provocou lentidão no trânsito na entrada da Cidade e ao longo da Avenida Perimetral. Houve congestionamentos também na Via Anchieta.
Diante do posicionamento da empresa de abrir negociação, o Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Settaport) decidiu encerrar a paralisação ainda pela manhã. "A greve só iria prejudicar ainda mais os clientes [do terminal]. Fizemos uma reunião no sindicato e iniciamos as tratativas com a empresa. Foram feitas trocas de e-mails e conversas por telefone", conta o presidente do Settaport, Francisco José Nogueira da Silva.
De acordo com o sindicalista, uma das conquistas do movimento foi a promessa do Ecoporto em suspender as dispensas até que a negociação seja concluída. A estimativa do Settaport era que pelo menos outras 200 demissões ocorressem nesta semana, totalizando mais de 400, o que representaria um corte de 50% no efetivo de trabalhadores da empresa. "Eles têm a necessidade de demitir, estamos avaliando isso. Estamos buscando uma forma que os trabalhadores não sejam mais demitidos", afirma Francisco.
Ele pleiteia também que os funcionários dispensados possam ser reintegrados ou tenham outros benefícios "para não ficar, como estão hoje, literalmente a ver navios", reclama o sindicalista.
Em nota, o Ecoporto informou que as atividades do terminal transcorreram normalmente desde as 8 horas, sem impactos na operação. "Não há greve de funcionários", sustentou a empresa, apesar de, de acordo com o sindicato, não ter havido operações durante a madrugada.
A companhia afirmou ainda que, antes de decidir fazer as demissões, avaliou todas as alternativas para evitá-las. "Diante da redução de volume de atividades do terminal, porém, decidiu por redimensionar o quadro de funcionários de operação portuária. O Ecoporto Santos vem, ao longo dos últimos anos, investindo na modernização do terminal e acredita que esse cenário atual é reversível.
Em junho, outros 150 trabalhadores haviam sido dispensados, também, de acordo com o Ecoporto, por conta da desaceleração da economia nacional, além do crescimento da competitividade do setor e da redução da demanda pelos serviços da companhia.
Fonte: A Tribuna Online
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